Durante assembleia nesta sexta-feira (22/11) no Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovaram indicativo de greve para o dia 2 de dezembro.
A decisão foi tomada porque a categoria é contra a proposta de reforma da previdência apresentada pelo Governo do Paraná.
Além do Sinteemar, a Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem) também vai avaliar um indicativo de greve em assembleia marcada para a terça-feira (26/11). O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), que representa os servidores da rede estadual de ensino, se reúne neste sábado (22/11) em Curitiba para uma assembleia.
As novas regras para a previdência dos servidores estaduais foram aprovadas pela Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) na quarta-feira (20/11). Agora, os partidos devem indicar representantes para uma comissão especial que vai analisar a proposta.
Entre as mudanças, o governo estadual propõe idade mínima de 62 anos para mulheres e de 65 anos para homens, com pelo menos 25 anos de contribuição. Se a proposta for aprovada, a alíquota de contribuição dos servidores aumenta de 11% para 14%.
A proposta também estabelece teto para o valor das aposentadorias. Quem entrar no serviço público após a aprovação das regras não poderá receber mais que R$ 5,8 mil, mesmo limite do regime geral da previdência.
Segundo o Governo, sem a reforma o estado terá sérias dificuldades financeiras no futuro. Em 2019, a despesa com a previdência do funcionalismo alcança R$ 10,1 bilhões. Atualmente, há uma insuficiência financeira (diferença entre contribuições e pagamentos) de R$ 6,3 bilhões para cobrir os gastos com aposentados e pensionistas do Estado.
Em uma sociedade tecnológica marcada pela grande quantidade de informação, o diálogo e a busca por entendimento se tornaram mais difíceis. Um dos motivos é que o diálogo não é só falar, também envolve a atitude de escutar. Esses são os pilares da justiça restaurativa e podem ser a chave para a solução de conflitos.
A metodologia da justiça restaurativa é utilizada em cidades de diversos países que são chamadas de “Cidades da Paz”. Maringá também é considerada uma “Cidade da Paz” e ganhou esse título a partir da lei municipal que instituiu o Programa de Pacificação Restaurativa em 2018.
A partir de quarta-feira (20/11), Maringá se une a outras cidades para comemorar a Semana da Justiça Restaurativa. A ação principal da semana vai ser um seminário sobre o tema na quinta-feira (21/11), das 8h às 17h, na Uningá. A programação termina no domingo (24/11) com a Caminhada pela Paz no entorno do Parque do Ingá.
As advogadas colaborativas e facilitadoras dos círculos de diálogos da justiça restaurativa, Fabricia Kutne Reder e Claudia Ângelo da Silva, explicam que a justiça restaurativa é um método de solução de conflitos, sejam judiciais ou não. “Através do diálogo se busca a autorresponsabilização, a recuperação dos danos e a restauração de todos os envolvidos”, afirmam.
Na contramão do modelo de funcionamento do sistema penal, a justiça restaurativa recupera a centralidade do papel da vítima e busca fortalecer os vínculos.
É por meio de círculos de diálogo que se coloca em prática a justiça restaurativa. Nos círculos, que podem ser celebrativos, de fortalecimento de vínculos ou de diálogo, as pessoas são convidas a falar e escutar.
Em casos conflitivos, primeiro é realizado o pré-círculo com cada parte em separado. Se as duas partes concordam, a vítima pode ser colocada frente a frente com quem a agrediu, para que ela possa expressar os sofrimentos causados pela agressão.
Dessa forma, a pessoa causadora do dano pode compreender os impactos da ação e também consegue falar sobre os sentimentos dela. O diálogo abre espaço para que os danos sejam restaurados e os conflitos solucionados.
Segundo Fabricia Reder e Claudia Silva, as práticas restaurativas são aplicadas em vários setores na cidade. No judiciário, o método de solução de conflitos é utilizado em vários casos, desde família, cível, trabalhistas e até em casos criminais por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) ou do projeto Amparo.
Em situações de conflito, é o juiz que decide aplicar a prática restaurativa para o infrator. Para a vítima, é feito um convite para que ela participe, se desejar, dos círculos de diálogo.
Para as advogadas colaborativas, é importante que o judiciário e o direito atuem na construção de uma cultura de paz e diálogo na sociedade, para que as pessoas consigam conversar e expressar sentimentos e necessidades.
“Muitas vezes, as pessoas envolvidas chegam a uma solução [no círculo de diálogo] para o conflito e não precisam esperar a solução por meio de uma sentença, que muitas vezes não satisfaz às necessidades dos envolvidos”.
Além do judiciário, o método também é aplicado para resolução de conflitos em escolas municipais, igrejas, comunidades, universidades particulares e na Universidade Estadual de Maringá (UEM) por meio do Programa Justiça Restaurativa e Cultura da Paz (Propaz).
Além disso, desde junho de 2018, Maringá tem o Programa de Pacificação Restaurativa, conhecida como Maringá da Paz, e também o Núcleo da Justiça Restaurativa.
Programação da 2ª Semana da Justiça Restaurativa
Quarta-feira – 20/11
Palestra sobre justiça restaurativa no ambiente escolar
Horário: Das 9h às 11h
Local: Câmara de Maringá
Exposição sobre o tema justiça restaurativa no atendimento socioeducativo de Maringá: Experiências e cenários futuros
Horário: das 14h às 16h30
Local: Câmara de Maringá
Quinta-feira – 21/11
Segundo Seminário de Justiça Restaurativa
Horário: 8h às 17h
Local: Uningá
Domingo – 24/11
Caminhada pela Paz
Horário: A partir das 9h
Local: Concentração em frente ao portão do Parque do Ingá
Três chapas disputam as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Maringá UEM). A votação vai ser realizada nesta quinta-feira (21/11). As campanhas já movimentam a internet há um tempo e teve um debate quente com trocas de acusações entre as chapas e estudantes, como mostram esta e esta reportagem publicada pelo Maringá Post.
A Chapa 1 – Acelera Uem defende que, por meio da laicidade, da democracia e da ética no ambiente escolar, é possível representar o maior numero de estudantes possível. Tem como coordenador geral o estudante de direito Lucas Canassa. Eles acreditam que a universidade deve ser composta de indivíduos pensantes e não “meros robôs repetidores de chavões”.
Em relação às propostas da Acelera Uem, no quesito segurança, a chapa defende a presença da Polícia Militar, bem como a Guarda Municipal, dentro dos campi da universidade. Para a chapa, também é necessário lutar por melhores questões de iluminação, câmeras de seguranças efetivas e ações para manter a universidade mais ocupadas.
Uma das propostas da Chapa 1 consideradas polêmicas por alguns alunos seria a busca de parcerias público-privadas. Um exemplo dessa parceria pode ser encontrada nas propostas de lazer e cultura, em que os custos de reformas de praças e quadras de convivência poderiam ser bancados por por empresas.
Eles também defendem atuar junto a deputados estaduais da região. Segundo eles, cada ano que passa o Governo Estadual resolve tudo a “canetadas”, o que vem sucateando a instituição.
A Chapa 2 – Uem Popular, tem como coordenador geral o estudante de Ciências socais Gabriel Moraes. A chapa é fundada sob os princípios do Movimento Por Uma Universidade Popular (MUP), com forte influencia na Unidade Popular (UP) chilena. A UP é uma frente democrática anti-imperialista composta por partidos de esquerda radical. Enquanto chapa concorrente ao DCE, a Uem Popular busca a defesa da soberania popular e da emancipação nacional.
A primeira bandeira levantada pela chapa em suas propostas é a da defesa da educação pública, gratuita (100% estatal) e de qualidade. Para isso, a Uem Popular propõem a não aceitação da Lei Geral das Universidades, a extinção da Drem, o fim do contingenciamento de despesas e ampliação dos recursos destinados as Instituições de ensino superior.
Além disso, a Chapa 2 também defende a ampliação de vagas no cursos de graduação e pós-graduação e a recomposição do quadro de docentes e funcionários técnico-administrativos por meio de concurso público.
A chapa 2 também tem uma proposta de uma política de extensão popular. Para executar tal proposta, a chapa 2 pretende criar um cursinho popular e oferecer “aulões” pré-vestibular nos bairros, assim como um projeto de artes. Também está prevista na proposta projetos de extensão de saúde no campo e estimular a função social do esporte por meio de jogos solidários para reformar as quadras do campi.
A chapa 3 – A Uem Não Vai Embora, surgiu da necessidade, vista pelos membros, de “oxigenar o DCE” em um novo modelo de movimento estudantil. Presente em mais de 30 cursos da universidade e em sete campi, a chapa pretende buscar representar o máximo de estudantes por meio do diálogo, e tem como coordenadora geral a estudante de Ciências Sociais Paula Stephânia.
Para representar a pluralidade de alunos na universidade, uma das bandeiras defendidas pela Chapa 3 é o do acesso à permanência. Para garantir a proposta, A Uem Não Vai Embora pretende lutar por direito a moradia estudantil, seja por meio de uma Casa de Estudantes ou do auxílio moradia, a implementação de cotas raciais, assim como cotas para pessoas transexuais e travestis, e uma política de assistência a saúde mental e desenvolvimento pessoal.
Além dessa proposta, a chapa pretende manter uma atenção especial aos movimentos estudantis. Para isso apresentam as propostas de construir um amplo diálogo com os movimentos sociais internos e externos à universidade.
Também querem estabelecer relações com outras universidades em defesa da educação e contra a Lei Geral da Universidade, que segundo eles provocam o sucateamento da universidade. Além disso, pretendem lutar pela reconstrução do Centro Acadêmico Florestan Fernandes (CAFF) e o Centro Acadêmico de Filosofia (CAFIL), assim como lutar para que outros centros acadêmicos tenham os próprios espaços físicos.
Primeiras medidas em caso de vitória
Chapa 1- Acelera Uem – se vencer, na primeira semana de gestão a chapa fará uma reunião aberta com os alunos, centros acadêmicos (CAs) e demais organizações existentes na universidade. Ao mesmo tempo, levantariam quantos recursos financeiros o Diretório Central dos Estudantes (DCE) possui, e como está a situação do espaço físico do DCE. Além disso, a chapa pretende acompanhar a situação dos conselhos da universidade e ver quantas vagas estão preenchidas.
Chapa 2- Uem Popular – teria como primeira medida tomada a organização interna da gestão. Para isso, a chapa pretende criar comissões próprias para cada eixo das lutas defendidas por eles. Seria uma comissão de combate às opressões, outra comissão voltada a acesso e permanência, uma de articulação política e comunicação, envolvendo os CAs, movimentos e sindicatos, de cultura, esporte e lazer, e comissão própria para as políticas de extensão popular.
Além disso, a chapa pretende convocar uma reunião com o CAs para definir um calendário contendo os objetivos mais imediatos do movimento estudantil para a gestão 2019/2020.
Chapa 3- A Uem Não Vai Embora – pretende fazer uma grande reformulação da estrutura do DCE. De acordo com a chapa, o diretório precisa ser mais institucionalizado, presente nos blocos, abrindo uma frente de dialogo com os estudantes e com os CAs. Tomando essa medida A Uem Não Vai Embora pretende melhorar a relação ao acesso e permanência e desenvolvimento científico-tecnológico.
De acordo com a chapa essa medida vem da necessidade de se sentir mais representado, uma vez que segundo eles as últimas gestões do DCE não construíram um espaço em que todas as vozes fossem ouvidas. Além da restruturação do DCE, a chapa pretende reivindicar frente a reitora a efetiva implementação das cotas raciais e que sejam aplicadas o mais rápido possível.
O Conselho de Ensino e Pequisa (CEP) aprovou nesta quarta-feira (20/11), Dia da Consciência Negra, a criação de cotas raciais na Universidade Estadual de Maringá. O sistema de cotas raciais passa a valer no Vestibular de Inverno de 2020.
Do total de vagas de cada curso, 20% serão para cotas sociais e 20% para as raciais, dentro desse percentual ¾ das vagas vão para negros de baixa renda e ¼ ficam reservadas para negros sem esse recorte social. O restante, é para ampla concorrência.
A medida foi aprovada na Câmara de Graduação no incio do mês e foi votada agora por 109 conselheiros, o que inclui coordenadores de cursos de graduação e pós-graduação. Do total, 98 foram favoráveis, quatro foram contrários e sete se abstiveram. Dos 144 conselheiros CEP, 35 não estavam presentes.
O sistema de cotas é visto por diversos professores da universidade como uma forma de buscar igualdade perante à sociedade. No Paraná, a UEM era a única universidade pública estadual sem nenhum tipo de cotas voltadas à inclusão de negros e pardos.
O assunto esteve em pauta no CEP em 2008, porém as cotas raciais foram discutidas e rejeitadas. Na ocasião, foram aprovadas somente as sociais.
“O sentimento é de muita alegria, satisfação e alívio. Sabemos que só temos a vitória quando ela realmente chega. Estava preocupada com a resistência, mas agora fica a certeza de que a nossa universidade vai ser mais inclusiva e com mais diversidade”, afirma Marivânia Conceição de Araújo, uma das fundadoras do Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afrobrasileiros (Neiab).
A luta por cotas raciais na UEM voltou a ganhar força em julho de 2018, quando o Coletivo Yalodê-Badá, o Neiab e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade fazem pressão por esse tipo de cota junta à Reitoria.
Um dos maiores pedidos oficializados contou com mais de 3 mil assinaturas em um abaixo-assinado, que inclui cartas de apoio de movimentos sociais. O requerimento oficial foi entregue em agosto de 2018.
A sessão de votação foi aberta pelo reitor, Júlio Damasceno que definiu o dia como histórico. “Não apenas para a história da universidade, mas, sobretudo, para a vida de pessoas, pois as cotas implicam no projeto de famílias”.
O professor também disse que via na aprovação uma forma de reparar as injustiças históricas sofridas pelos negros. Também foi o reitor que com olhos marejados que apresentou o resultado final da aprovação das cotas raciais na universidade.
“Assumimos na campanha o compromisso de trazer o assunto para apreciação e de darmos nosso apoio. Aprovar as cotas raciais no Dia da Consciência Negra é uma grande realização, repleta de significado”, declarou o reitor.
O anuncio foi recebido por uma grande salvas de palmas, principalmente pela comunidade negra presente. Muitos se emocionaram com a decisão.
Dados da Diretoria de Assuntos Acadêmicos (DAA) da UEM sobre os cerca de 17,2 mil estudantes matriculados em cursos de graduação, separados por autodeclaração de cor, mostram que os brancos são a grande maioria.
Brancos – 66,01%
Negros – 20,37% (17,39% de pardos e 2,98% de pretos)
Não declarados – 7,93%
Amarelos – 5,29%
Indígenas – 0,4%
Dados da Comissão de Vestibular Unificado (CVU) da UEM sobre os aprovados nos dois vestibulares mais recentes (aproximadamente 3 mil vagas), separados por autodeclaração de cor, também mostram que os brancos garantem muito mais assentos na universidade.
Vestibular de Verão 2018
Brancos – 74,30%
Negros – 19,21% (16,60% de pardos e 2,61% de pretos)
Amarelos – 6,40%
Indígenas – 0,08%
Vestibular de Inverno 2019
Brancos – 76,49%
Negros – 16,94% (14,95% de pardos e 1,99% de pretos)
A Incubadora Tecnológica de Maringá (ITM) foi eleita pelo terceiro ano consecutivo como a melhor incubadora do Paraná. A congratulação é concedida pela Rede Paranaense de Incubadoras e Aceleradoras de Empreendimentos Inovadores (Re-Inova).
O reconhecimento foi anunciado nesta segunda-feira (11/11) durante o Fórum Paranaense de Incubadoras e Aceleradoras, realizado na 4ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação (Inventum), em Pato Branco (PR).
A Incubadora Tecnológica de Maringá foi criada na Universidade Estadual de Maringá (UEM). A instituição mantém até hoje a parceria e também abriga uma das sedes da ITM no câmpus de Maringá.
Segundo o vice-presidente da Re-Inova, Ricardo Mânica, para chegar ao resultado final foram considerados o número de empreendimentos incubados, de empregos gerados e seus faturamentos, além do total de investimento externo captado e o número de marcas e patentes.
Os representantes maringaenses não participaram da solenidade, mas vão receber o certificado e um voucher de R$ 1 mil para usarem em eventos durante 2020.
O professor da UEM e coordenador estratégico da Incubadora Tecnológica de Maringá, Marcelo Farid Pereira, destaca que esta instituição tem excelente infraestrutura.
A ITM também realiza cursos e treinamentos constantemente e oferece apoio total às empresas incubadas e em parcerias com investidores. “Temos o melhor ambiente para se estruturar negócios de base tecnológica no Estado”, afirma.