Maringá – A Universidade Estadual de Maringá (UEM) é a terceira
instituição de ensino superior do estado que retoma a greve nesta semana
no Paraná. A medida foi anunciada ontem pela Seção Sindical dos
Docentes da UEM (Sesduem), após assembleia. Inicialmente por tempo
indeterminado, a paralisação abrange somente professores. A orientação
ontem à noite era para que os alunos já não tivessem mais aulas.
Uma reunião com representantes dos demais servidores da
universidade, por meio do Sindicato dos Trabalhadores dos
Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sintemar), ainda deve ocorrer
amanhã para discutir a mobilização. A UEM tem cerca de 17 mil alunos,
1,2 mil professores e 2 mil servidores.
Na última segunda-feira, professores, servidores e estudantes da
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (Unioeste) já tinham anunciado que iriam voltar ao
estado de greve durante assembleias em seus campus. A paralisação teve
início ontem.
Em todos os casos, a greve tem como motivação o projeto de lei
do governo do Estado que faz mudanças no Paranáprevidência. "O deputado
Luiz Cláudio Romanelli (PMDB) não cumpriu o acordo que fez conosco, em
13 de abril. Ele ficou de nos enviar uma mudança no projeto e no dia
seguinte pediu votação da matéria em regime de urgência", explica a
coordenadora do Sesduem, Marta Bellini, ao se lembrar das negociações
com o líder do governo na Assembleia Legislativa.
Para a professora, a retomada da greve é uma forma de reforçar
perante o governo o quanto a categoria é contra as mudanças propostas no
Paranáprevidência – na prática, o governo transferiria recursos dos
aposentados para o caixa do estado. "A tendência é que as demais
universidades também parem. Este projeto da Previdência está muito
ligado ao da terceirização. O professor terceirizado não precisaria de
aposentadoria, ele morre antes. Quem aguenta isso?", questiona Marta.
ASSEMBLEIAS
Hoje, representantes dos sindicatos que
representam professores e servidores da Universidade Estadual do
Centro-Oeste (Unicentro) e Universidade Estadual do Paraná (Unespar)
devem promover assembleias para votar o indicativo de greve. No caso da
Unespar, as reuniões ocorrem nas unidades de Curitiba, Paranaguá,
Paranavaí, Campo Mourão e União da Vitória. O campus de Apucarana
pertence à base do Sindiprol-Aduel, que representa a Universidade
Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Estadual do Norte do Paraná
(Uenp), e discute o assunto em assembleia amanhã, às 9h30. "É
irresistível entrar na greve neste momento. Há uma possibilidade de
fazer uma mobilização muito forte. O tema da Previdência interessa a
todo o funcionalismo público do Paraná", define o presidente do
Sindunespar, João Guilherme de Souza Correa.
O vice-presidente do Sindiprol-Aduel, Nilson Magagnin, assinala
que, como a greve nas universidades apenas foi suspensa e as
instituições até então seguem em estado de mobilização, a paralisação
pode ser retomada a qualquer momento.
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