Assalto a estudantes chama atenção para segurança no Campus da UEM
- Tribuna de Cianorte
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PALIATIVO – Alunos andam em grupo e evitam ruas isoladas; medida preventiva não evita assaltos
A insegurança há muito ronda a região do campus da UEM em Cianorte e os relatos de assaltos são cada vez mais constantes, apesar de nem todos serem registrados oficialmente nos Boletins de Ocorrências (B.O). A fim de prevenir situações similares, os alunos andam em grupo e evitam as ruas menos movimentadas. A direção do Campus já anunciou inclusive a mudança do período noturno para o diurno do curso de Moda, para o próximo vestibular, como forma de minimizar a violência na região. Mas na noite dessa terça (14) mais duas universitárias foram vítimas de marginais. Em entrevista à Tribuna, que será publicada na edição de amanhã, o comandante da PM local comenta sobre o assunto e aponta algumas saídas.
As estudantes de Moda, Tauana Barbosa Bonazzi e Joice Vieira, sempre optam por transitar pela Avenida Espírito Santo, como medida preventiva, mas isso não evitou a ação dos marginais. Era por volta das 19h30 quando foram abordadas por dois homens armados. Ambos morenos, e o que portava a arma usava moletom vermelho, aparentando cerca de 1,80 metros, e seu comparsa utilizava blusa verde, medindo cerca de 1,70, magro, com boné. Foram levados celulares, dinheiro e pendrives.
De acordo com as estudantes, os marginais saíram de uma das esquinas e foram em direção às mesmas já apontando a arma na cintura. Agiram rápido, dando ordens para que entregassem as bolsas e não gritassem. Joice manteve a calma e ainda pediu se poderia retirar o material da bolsa, o que foi negado. “Eles mandaram a gente caminhar de volta e não olhar para trás e logo já tinham sumido”, relembra Joice. Natural de Guarulhos, ela se disse surpresa com a violência em Cianorte. “Talvez porque falte maior repreensão”, opina.
“Não temos condições para ter um carro, andamos em grupos cada vez maiores, evitamos voltar tarde da faculdade e raramente levamos dinheiro. Medidas preventivas, mas que não foram suficientes ontem à noite”, ressalta Tauna. A estudante se mostra preocupada, principalmente com os estágios que os crimes possam alcançar. “Terça fui roubada, amanhã pode ser uma colega e depois de amanhã pode ser um estuprador. Porque não? Um lugar sem ronda, com meninas novas andando a noite. E mesmo que tivéssemos em cinco, um homem armado é muito mais intimidador”.
As estudantes registraram B.O e foram informadas que pela manhã duas ocorrências similares haviam sido registradas. Na tarde de ontem (15) um casal encontrou os materiais de faculdade das estudantes, devolvendo-os. “Recuperei tudo de mais valor pra mim e inútil para os criminosos, apesar que ficaram com meu estojo, porque tem aquelas canetas de desenho, um pouco mais caras”, explicou Tauane.
Em grupos
A reportagem da Tribuna esteve no Campus na tarde dessa quarta. O que se percebeu foram alunos transitando sempre acompanhados. “Eu acho a questão da segurança aqui na região péssima. Qualquer um pode sair do meio da mata e cometer algum crime. Temos que andar em grupo e mesmo assim é perigoso. A gente vai embora em três e ficamos com muito medo” contou Priscila Vieira, do segundo ano de Moda. Sua colega, Ana Paula S. de Miranda, também se diz insegura: “não tem segurança, é muito parado aqui na região. Andar em grupo não resolve muito. Precisamos de mais policiamento. Evitamos as ruas com menos movimento, usamos a Avenida mas isso também é insuficiente”.
A Tribuna entrou em contato com o Campus da UEM, porém a responsável estava em reunião na sede, em Maringá. O que foi possível apurar é que no início do ano uma caloura do Curso foi assaltada no primeiro dia de aula. A direção solicitou mais rondas da PM, principalmente no horário de pico. O local tem vigias, porém a função deles é destinada a cuidar do patrimônio da UEM, ou seja apenas do Campus e daquilo que for de propriedade da Universidade. Nem nos casos de furtos de peças de motos, já ocorridos, nada pode ser feito. Fora do espaço físico da Universidade o aluno é só mais um cidadão comum, entregue à sua própria sorte.