Uma equipe do Conselho Regional de Medicina (CRM - PR) está a caminho de Maringá para apresentar na tarde de hoje (20) um relatório sobre os motivos do indicativo de interdição ética do Pronto Atendimento do Hospital Universitário de Maringá (HUM). Está agendada uma reunião às 13h30 no hospital e o CRM xará na entrada do HUM um aviso público sobre os pontos levantados pela fiscalização do CRM. O hospital terá 120 dias para resolver os problemas.
"Não fomos acionados pelo CRM e eu ainda não sei quais os pontos e motivos", diz o reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Julio Damasceno. "A todo instante buscamos otimizar nossa equipe, mas é uma situação complicada sobre estrutura, equipamentos e pessoal".
O caso não é novo. Já houve uma situação parecida em 2015. O novo indicativo teve origem na reclamação de médicos por carta datada do dia 24 de outubro desse ano. Neste documento são apontados problemas no hospital que comprometem o atendimento à comunidade.
O departamento de fiscalização do CRM fez uma vistoria no início desse mês, registrando falta de médicos e enfermeiros, o que dificulta fechar a escala de plantões. Também está no relatório problemas de estrutura física, equipamentos e insumos.
O indicativo de interdição ética é para que o hospital tome as medidas a fim de regularizar o atendimento aos pacientes. E é uma maneira de prevenir desvios éticos por parte dos médicos, segundo a assessoria de comunicação do CRM.
Deficit
O reitor Julio Damasceno lamenta o deficit de 140 profissionais que o HUM tem hoje - por aposentadorias, licenças, entre outros motivos. E que essas saídas não foram repostas. Outro problema é que a verba de R$ 59 milhões anunciada pela governadora Cida Borghetti no começo do mês não deve ser usada, já que é final do mandato, não há tempo hábil para procedimentos burocráticos e precisará ser "reanunciada" pelo governador eleito Ratinho Junior a partir de janeiro de 2019.
A superintendência do HUM concederá uma entrevista coletiva amanhã (21) de manhã para comentar a notificação do CRM.
Equipe
Estarão em Maringá hoje o gestor do departamento de fiscalização do CRM, Carlos Roberto Naufel Junior; o secretário-geral do CRM, Luiz Ernesto Pujol; o assessor jurídico, Martin Palma. E ainda o conselheiro de Maringá, Márcio de Carvalho, acompanhando a equipe que vem de Curitiba.
O Ministério Público também foi comunicado pelo CRM. Maringá não é a única no estado com esse indicativo. Também receberam o alerta Sarandi, Rolândia, Foz do Iguaçu e Curitiba com duas unidades: o Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e a Maternidade Victor Ferreira do Amaral.