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Governo do Paraná alerta que mudanças no sistema de controle de contas vai afetar universidades fora do Meta4

Conforme comunicado oficial, instituições que não aderirem ao novo sistema não conseguirão fazer o pagamento de servidores a partir de janeiro.

A Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Universidade Estadual de Londrina (UEL) ainda não enviaram informações sobre a folha de pagamento, segundo o governo estadual. (Foto: UEM/ Divulgação)

O Governo do Paraná enviou nesta quarta-feira (13) ofício aos reitores de cinco universidades estaduais (UEL, UEM, UEPG, Unicentro e Unioeste) para alertá-los sobre as mudanças que ocorrerão no sistema de controle das contas públicas a partir do dia 2 de janeiro de 2018.

A medida vai afetar o processamento da folha dos servidores das instituições de ensino superior que estão fora do sistema Meta4 – programa de computador que analisa os salários de servidores públicos, incluindo gastos com horas-extras, adicionais de promoções e também os descontos em folha.

O documento informa que no início do próximo ano entrará em operação o Sistema Integrado de Finanças Públicas (Novo Siaf), que fará o registro, acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e patrimonial do estado.

O ofício assinado pelos secretários Mauro Ricardo Costa, da Fazenda, e Fernando Ghignone, da Administração e Previdência, explica que a instituição que não estiver no sistema da folha do estado (RH Paraná - Meta4), além de descumprir preceitos legais, “não poderá realizar o empenho, a liquidação e o pagamento das despesas de pessoal por integração”.

Situação

Conforme o governo estadual, atualmente apenas a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) estão totalmente integradas ao Meta4, já adotado nos demais setores da administração estadual.

Além disso, segundo o governo, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) estão cumprindo as solicitações feitas pela Secretaria de Administração e Previdência.

Por outro lado, a administração estadual alega que a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Estadual de Maringá (UEM) ainda não forneceram informações da folha de pessoal.

O governo informou ainda que, caso descumpram o que está previsto em lei, os responsáveis pelas instituições estão sujeitos a penalidades como multas administrativas do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) e sanções pecuniárias por atos de improbidade administrativa.

Polêmica

Um decreto do governo, de 2014, obriga as universidades estaduais a entrarem no sistema de pagamento gerenciado pelo Executivo. Ou seja, o próprio estado fica responsável por fazer os cálculos de salários, promoções, horas extras e outros adicionais.

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) reforçou a determinação. Mas universidades como a de Londrina e a de Maringá alegam que têm uma decisão favorável da Justiça, dada há mais de 20 anos, que garante o controle da gestão financeira.

Para os reitores, entregar ao estado a responsabilidade pela folha de pagamento significa perder a autonomia. Em junho, servidores de três universidades protestaram contra a medida em uma paralisação de 24 horas.

Posição das universidades

Em nota, a UEPG, informou que enviou todos os documentos por determinação da Justiça, mas que não está no processo de adesão.

A reitoria da UEM disse que recebeu o ofício do governo e que a procuradoria jurídica está analisando o teor do documento. Assim que houver uma decisão, a universidade deve se posicionar à respeito.

A assessoria de imprensa da UEL declarou que a reitoria não vai se manifestar sobre o assunto nesse momento.

Já o reitor da Unioeste deve passar a quinta-feira (13) em reunião com Conselho Universitário e um dos assuntos é o Meta4. Portanto, só deve se posicionar sobre o tema a partir de sexta-feira (15).

https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/governo-do-parana-alerta-que-mudancas-no-sistema-de-controle-de-contas-vai-afetar-universidades-fora-do-meta4.ghtml