GRAFITE DE PORTA ENTREVISTA - PAULINHO SCHOFFEN

Músico, compositor, advogado e idealizador do projeto Cottonet-Clube, Grafite de Porta bate um papo hoje com Paulinho Schoffen.

Paulinho, primeiramente gostaria de agradecê-lo por esta oportunidade.

- O Projeto Cottonet-Clube surgiu logo que você voltou do Japão, a ideia seria divulgar música e outras formas de artes em um mesmo local.

O blog talvez seja um espelho do projeto, busco divulgar a arte da cidade de Maringá, seja ela no graffiti, ilustrações, músicas, poesia, esculturas etc... Em relação à arte em Maringá, acredita que a divulgação e o trabalho que a Secretaria de Cultura realiza supre a necessidade artística maringaense?

Acredito ser essencial a movimentação do artista. Independente da administração pública. Hoje é necessário que o artista saiba se “produzir”, e também divulgar o seu trabalho. Fazer parceria com outros artistas, e também com a iniciativa privada.

- Você me disse que é formado em direito, li também que começou seu flerte com música aos 10 anos, aos 17 virou namoro e logo depois casamento. Como foi estudar direito durante este período? Nunca passou por sua cabeça desistir da música e exercer sua profissão por formação?

Fiz o curso de direito por não ter o curso de música na época na UEM. No período que cursei direito na UEM, já tocava e cantava na noite. Todos na minha sala já sabiam e alguns até já me conheciam dos bares. Não foi nada sofrido, porém nunca pensei em largar a música.

- Principalmente em Maringá, a cultura japonesa é muito presente. Como é vista a música brasileira, principalmente a MPB no Japão? Tem projetos para voltar para o exterior?

No Japão a música brasileira é respeitadíssima, principalmente Bossa-Nova. Os Japoneses procuram estudar e aprender o máximo com a música e com o contato com o músico brasileiro. Não há um projeto concreto de voltar ao exterior, porém a vontade e grande, aparecendo a oportunidade, vou trabalhar pra que isso aconteça.

- O que toca no mp3 do Paulinho hoje?

Hoje toca:

Paulinho Moska, Lenine, Djavan, Chico Buarque, Jorge Drexler, Criolo, Tulipa Ruiz e Jorge Bem.

- Como é viver de música?

Não é fácil, porém os momentos de gratificação compensam a dificuldade. Procuro acreditar na música e na arte e que eles não vão me deixar na mão. Por isso, me movimento para viver de arte e música.

- Paulinho, algumas de suas músicas tratam falam do cotidiano, dos homens e suas angústias, medos etc... De onde vem inspiração para compor?

Difícil, falar de uma inspiração. A composição é a soma de trabalho, observação e também sorte. Agora, me cativa muito o ser humano, em sua essência, o seu “traço básico”. Isso me faz estar sempre observando.

- A maioria dos entrevistados, diz existir ainda, uma parcela de preconceito por parte da população, seja por falta de conhecimento ou por informações distorcidas. Como é em relação à MPB hoje? O público vem crescendo?

A MPB hoje ou é música de Velho ou Música Cool, o problema é rótulo. Música é maior que isso. Enquanto as pessoas não entenderem isso, vão ficar a mercê da indústria cultural, do que está sendo vendido. O Trabalho do Cottonet-Clube é formar essa demanda. Mostrar que nem tudo na Música é pão e circo. Aumentando o público, não só para a MPB, mas para a arte.

- O que podemos esperar do Cottonet Club para o próximo semestre? Tem novidades a caminho?

· Cursos de Formação (Workshops)

· Shows Com Trabalho de Pesquisa sobre os Grandes compositores Brasileiros( Chico Buarque, Jorge Bem, Adoniran Barbosa...etc)

· Produção de Bandas diferentes, de outras cidades.

· Um Grande Festival de Shows Autorais em Maringá

· E muito mais....a programação ainda não esta fechada.

- E para Paulinho Schoffen? Quais são as novidades?

Vou estar envolvido em cada produção, às vezes só como produtor cultural, mas muitas vezes sendo o artista também. O objetivo esse ano é também lançar minhas novas composições.