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Leite com nutrientes contra a arteriosclerose e o câncer

Um leite com menor teor de gordura, com princípios anticancerígenos e contra riscos de arteriosclerose está sendo criado a partir da teta da vaca pelo Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (UEM). A experiência visa agregar em maior quantidade princípios benéficos alimentares no leite, como os ômegas 3 e 6, além do CLA - sigla em inglês de ácido linoléico conjugado (veja quadro). O animal em lactação ingere sementes de óleo vegetal como a canola, por exemplo, e mediante um processo enzimático na glândula mamária do animal se produz tais nutrientes essenciais a saúde humana.

A pesquisa está sendo comandada por Geraldo Tadeu dos Santos, coordenador de pós-gradução dos cursos de mestrado, doutorado e pós-doutorado do Departamento de Zootecnia da UEM. Ele conta que a necessidade em se criar um leite mais saudável surgiu de sérias críticas feitas por médicos de todo país contra a gordura saturada encontrada no leite. Segundo ele, a pesquisa só foi possível graças a parceria da UEM, com a Fundação Araucária e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A pesquisa que começou em 2007, com gado leiteiro da raça holandesa, se estenderá até 2011, quando então seus resultados conclusivos serão publicados. O CLA, além de diminuir a gordura no leite, deixa ácidos graxos poliinsaturados, considerados mais saudáveis para o organismo humano. O animal ao ingerir o ácido linolênico encontrado em óleos vegetais como a canola, é transfomado no úbere da vaca em CLA. ''Só os ruminantes é que conseguem fazer isso. A vaca tem uma enzima no organismo que faz isso diretamente na teta '', esclarece Santos.

O professor destaca que o CLA interessa à indústria de derivados de leite, principalmente, para produção de queijos e iogurte. O estudioso diz que além das propriedades nutricionais comuns ao leite, como o cálcio para crianças e adolescentes, o consumidor terá num único produto antioxidantes, que evitam o entupimento das artérias. O leite ajudaria a evitar doenças cardiavasculares, como a arteriosclerose.

Santos explica que o gado em lactação está recebendo a alimentação com grãos quebrados de canola. ''Os grãos quebrados facilitam a ingestão por parte do animal'', pontua. Ele conta que grãos como soja, canola, linhaça e girassol, antes de serem dados para os animais, sofrem processos químicos e físicos em laboratório. Além do CLA, o óleo vegetal também propícia o enriquecimento do leite com nutrientes como ômega 3 e 6. Os omegas são conhecidos como antioxidantes, que combatem os radicais livres. Estes elementos no leite diminuíriam a possibilidade de cancêr de mama, de prostata, além de outras doenças cancerígenas. (E.P.F.)

Redação