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Comércio de rua em expansão


Pesquisa feita pela Acil mostra que comerciantes estão vendendo mais e gerando mais empregos


Cesar Augusto

Acil mostra que 49,9% dos lojistas conseguiram vender mais no primeiro trimestre deste ano comparado ao mesmo período do ano passado
O comércio de Londrina está vendendo mais e empregando mais trabalhadores. É o que indica uma pesquisa feita pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) com empresários de dez segmentos varejistas do chamado ''comércio de rua''. O levantamento mostra que quase metade dos lojistas (49,9%) conseguiu vender mais no primeiro trimestre deste ano com relação ao mesmo período de 2007, enquanto 22,2% dos empresários aumentaram o quadro de funcionários. ''Os resultados mostram que o comércio de Londrina segue as tendências nacionais, com números positivos embora não exatos'', avalia o vice-presidente da Acil, Marcelo Cassa.

A intenção da entidade com a pesquisa é obter um outro indicador que aponte resultados ''mais reais'' das vendas, além do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), que mede apenas o movimento do crediário. ''Atualmente, cresceram muito as vendas com o cartão de crédito e dos cartões próprios das redes e o crediário não reflete mais a realidade'', explica Cassa. Ao todo estão sendo pesquisadas 365 empresas. Conforme o resultado, 57,1% dos entrevistados apontaram um crescimento no faturamento no primeiro trimestre do ano com relação a igual período de 2007 (veja quadro).

Além disso, 59,7% dos comerciantes apontaram acréscimo no faturamento em março com relação a fevereiro e 43,8% afirmaram que o faturamento foi maior em fevereiro do que em janeiro. Ouro ponto que chama a atenção é a geração de empregos, uma vez que 22,2% dos empresários afirmou ter feito novas contratações, dobro dos que demitiram (11%). O restante - 66,8% - manteve o mesmo quadro. A pesquisa também reforça o clima de otimismo vivido por comerciantes e consumidores com relação à economia: 78,1% mostra uma boa expectativa para a empresa no curto prazo. Apenas 10,7% dos entrevistados está pessimista, enquanto 11,2% se mostra indiferente.

''Os números nos deixam bastante tranquilos e mostram a força do comércio local'', afirma Cassa. Força que terá que ser mantida pelas lojas de rua para aguentar firme a concorrência dos shoppings. Em dois anos a cidade deve ganhar cerca de 650 novas lojas instaladas em empreendimentos - em construção ou expansão - nas regiões Norte, Leste e Sul. Isso tudo sem falar nas inúmeras salas instaladas em centros comerciais populares espalhados por toda a cidade. Segundo o professor doutor de Economia Joilson Dias, da Universidade Estadual de Maringá, os shoppings têm apresentado crescimento e faturamento maior do que o comércio de rua.

''As classes A e B estão em expansão e muitas famílias que pertenciam à classe C estão passando para a classe B. Também há o próprio crescimento da economia, que tem gerado mais empregos, provocando aumento da massa salarial. O aumento do emprego e da renda geram mais demanda'', explica Dias. Ele lembra que as indústrias começaram, inicialmente, a exportar, mas algumas já voltaram a produção para atender a demanda do mercado interno e, inclusive, estão em ritmo de expansão. A alta dos juros, em um primeiro momento, pode até causar algum efeito negativo, mas não há elementos macroeconômicos negativos no caminho, uma vez que o consumo está aumentando, assim como a oferta de empregos.