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Crise: o grande desafio da globalização

O Brasil era um país de economia muito fechada, talvez tenha sido herança do governo autoritário e do receio de investimentos estrangeiros por causa da inflação alta e da instabilidade de sua moeda. Com o retorno das eleições diretas o país voltou a ganhar credibilidade no exterior. Depois veio a criação do real como moeda forte, e o combate à inflação com seriedade e competência e isso devolveu aos poucos ao país a credibilidade dos paises de moeda forte – o dólar americano, por exemplo. E aí começaram os investimentos internacionais. Surgiu na Europa uma moeda mais forte que o dólar – o Euro. Mesmo assim o dólar americano continuou sendo a moeda de troca internacional. Mas, a proeminência do capital americano na economia internacional, acarretou problemas de ordem econômica e social no mundo todo, diante de uma crise que deveria ser apenas interna nos Estados Unidos, espalhando-se como um rastilho de pólvora por todo o mundo. A crise no setor habitacional norte-americano exigiu uma interferência do governo daquele país, que teve que investir bilhões de dólares para tentar conter o maior índice de desemprego que ali se instalaria. Alastrou-se para o comércio, a indústria, a agricultura, afetando as exportações e as importações no mundo inteiro. Apesar da opinião dos especialistas em política internacional que o Brasil deverá começar a sentir os efeitos desta crise em seu auge nos próximos meses, os setores da economia nacional passaram pelo grande teste da globalização. Apesar da crise as indústrias, o comércio e a agricultura resistiram firmes. Como em outros países as indústrias brasileiras – quase todas elas construídas e instaladas com capital multinacional – foram as primeiras sentiram o peso da crise internacional, e o resultado: Demissões. O Governo brasileiro já injetou dinheiro em grande quantidade para tentar deter as demissões, principalmente, na indústria automobilística. Fica, no o grande desafio na agricultura que sofre com a escassez de recursos e os efeitos da seca enquanto o governo federal anunciou a liberação de bilhões de reais que até agora não chegaram nas mãos do produtor. No Paraná o grande desafio é encontrar alternativas sólidas e concretas para continuar o seu nível de produção agropecuária dentro de uma perspectiva cada vez mais centrada no meio ambiente. O mundo busca alternativas para a produção de um meio econômico para substituir o petróleo e ficar livre da ameaça de uma crise na sua produção e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente. O grande desafio no setor energético são as alternativas para substituir o petróleo que é finito. O mundo todo se pôs em campo para encontrar a solução. Os paises buscam na bateria, na energia solar, no hidrogênio e na energia eólica a solução para o problema. No relacionamento entre os países, preocupa a presença de aproximadamente 317 mil dekasseguis – nipo-brasileiros que moram e trabalham no Japão – que são responsáveis pela remessa de mais de 2 bilhões de dólares que são investidos no Brasil, anualmente, conforme estatística do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID, de cujo valor R$ 600.000,00 são aplicados no Paraná. A crise chegou forte no Japão e o índice de desemprego é o maior dos últimos tempos, só comparado com o final da Segunda Guerra Mundial. Esses nipo-brasileiros estão atravessando uma fase difícil o que poderá gerar um grande problema social no Japão com amplos reflexos no Brasil. O desenvolvimento do capitalismo do mundo liberal que acontece desde o fim dos anos 60, que acabou dando a alcunha de “Primeiro Mundo” para os paises mais desenvolvidos – o G-8 – em razão da internacionalização dos fluxos de capitais para a economia periférica, uma conjuntura que dava destaque principalmente para o capital americano na economia internacional. Hoje, vemos essa economia se desgastar levando o mundo globalizado a afundar com ele. Os poderes públicos têm um papel importante na discussão de uma nova visão para a interdependência econômica entre os paises, não permitindo que os oportunistas de plantão se aproveitem da situação de crise para gerar desempregos e criar uma situação de caos social, paralelamente à crise econômica que assola o mundo.

Luiz Nishimori é deputado estadual pelo PSDB, é bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá – UEM e formado pela High School Comercial Kochi, no Japão.