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Crise no HU revela deficit de 803 servidores na UEM

Crise no Hospital Universitário de Maringá (HUM) revelou um déficit de 803 servidores na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Desses, 203 seriam para o HUM - sendo 36 médicos - e 600 seriam professores e técnicos efetivos para a universidade.

Na última sexta-feira (16), ambulâncias com quatro pacientes ficaram paradas no HUM por mais de uma hora. Socorristas foram informados de que o hospital não receberia os pacientes por falta de um médico cirurgião plantonista. O atendimento só aconteceu porque o superintendente da unidade, Vicente Kira, que é urologista, assumiu o plantão.

O HUM atende uma média de 160 a 200 pacientes por dia - cerca de 4.800 por mês no Pronto Atendimento (PA). Atualmente, a unidade conta com 140 médicos efetivos. Contudo, o número de servidores não é suficiente para atender a demanda. Por isso, foi necessário realizar processo de contratação precária. Atualmente, há 70 médicos credenciados trabalhando no HUM. A unidade gasta, por mês, R$ 900 mil com estes prestadores.

Em 2016, o Estado fez 36 nomeações de médicos concursados, mas apenas 20 assumiram o cargo. Desses, 7 já pediram exoneração. Há, atualmente, dez médicos aguardando nomeação.

"De 2014 para cá, nenhuma vaga foi autorizada para concurso. Isso é muito preocupante. Estamos com dificuldade de fechamento de escala no PA por falta de profissionais, principalmente cirurgiões e pediatras. E a nomeação depende só da autorização do Governo do Estado. Compreendemos que passamos por um período de crise no Brasil, mas isso não pode ser pretexto para colocarmos em risco o patrimônio das universidades públicas do Estado", explica o reitor da UEM, Júlio Damasceno.

Em nota enviada à Redação pela assessoria de imprensa da secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o Estado informou que "está trabalhando com empenho para que as novas nomeações ocorram o mais breve possível e entende a importância que a recomposição do quadro de funcionários representa na qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelas universidades estaduais e Hospitais Universitários".

Informou ainda que "a contratação de profissionais em caráter temporário se dá para que não haja prejuízo das atividades, enquanto os processos para a nomeação de novos funcionários tramitam. Os pedidos realizados pelas universidades estaduais, para a nomeação de servidores, estão tramitando e aguardam o parecer favorável do Comitê de Política Salarial, que analisa as projeções de despesas com pessoal de todo o Estado respeitando o limite prudencial".

Segundo a Seti, "o orçamento destinado para as universidades estaduais apresenta um crescimento superior à inflação nos últimos anos. Os recursos destinados para pagamento de pessoal são a maior cota do orçamento das universidades".

Desde 2010, a UEM está autorizada a contratar 1.690 professores efetivos. Mas, esse número nunca foi alcançado. A instituição tem, hoje, apenas 1.261 docentes efetivos.
https://maringa.odiario.com/maringa/2018/11/crise-no-hu-revela-deficit-de-803-servidores-na-uem/2531111/