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Sinepe faz ressalvas à decisão da UEM

O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Maringá (Sinepe) preferiu colocar-se com reservas em relação à política de cotas sociais estabelecidas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM).

"Nós já discutimos o assunto entre os diretores (da entidade) e entendemos que essa política é uma solução fácil para um problema bastante complexo", destacou o presidente do Sinepe, José Carlos Barbieri.

"Nós acreditamos que é preciso corrigir as distorções a partir da melhoria da escola pública, de modo que o aluno não esteja inferiorizado no que diz respeito à concorrência com o vestibular", justifica Barbieri.

O presidente do sindicato apoiou a justificativa da entidade nos vários processos que têm invalidado resultados, pelos sistemas de cotas, em universidades de todo o Brasil.

José Carlos Barbieri acrescentou ainda que, ao invés de um sistema de cotas, o governo federal deveria incentivar políticas sociais que visem ao cenário sócio-educacional a longo prazo: "Não adianta arrumar o problema momentaneamente", ele avalia. "Tem que existir uma ação de geração de renda para que as pessoas possam pagar cursos para seus filhos, comprar mais livros, incentivar a leitura", ele ressalta.

Em relação à diminuição do número de alunos nas escolas particulares, devido às cotas do vestibular, o presidente do Sinepe afirmou ser possível que isso aconteça, mas que as escolas deverão procurar meios de focar suas qualidades em propostas que devem ir além do preparo para o vestibular. "As escolas são organismos vivos e vão se adequar a esse novo cenário, vão sobreviver", destacou.


Elitocrática

O diretor do Sinepe, professor Arnaldo Antonio Piloto, definiu o sistema de cotas como uma avaliação implícita da qualidade da escola pública, a ponto de definir que os alunos necessitem de um tratamento privilegiado.

"A universidade deve ser 'elitocrática'. Não interessa a origem dos alunos, o que interessa é que para ele se beneficiar desse serviço público, ele vença os obstáculos pelo mérito próprio", destacou Arnaldo Piloto.

"Precisamos zelar pelo interesse de todos os estudantes que estão no ensino básico público e nem todos querem ir para a universidade, ou seja, precisamos é melhorar a qualidade do ensino público, acima de qualquer outra política pública", disse Piloto.