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Pirapó e Paranapanema passam a ter gestores

Representantes empossados do setor público, dos usuários da água e de organizações da sociedade civil vão aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia

 

Foram empossados ontem, em Maringá, os 80 representantes do setor público, dos usuários da água e de organizações da sociedade civil que vão compor o Comitê Gestor da Bacias dos Rios Pirapó e Paranapanema 3 e 4. A cerimônia oficial representa um importante passo para a consolidação de um trabalho que prevê a gestão dos rios da região de Maringá de forma participativa e democrática.

Agora, de acordo com o presidente do Comitê Gestor Provisório, professor doutor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Paulo Fernando Soares, os membros empossados têm até seis meses para fazer o regimento interno e eleger a mesa diretora do comitê. "Este é o prazo determinado na lei, mas não queremos levar todo este tempo para funcionar", disse.

Após vencer as etapas burocráticas, o comitê passa a se concentrar na formatação do Plano da Bacia, que vai incluir, entre outros aspectos, um diagnóstico da situação atual e as metas em termos de adequação da oferta e melhoria da qualidade. "O comitê vai definir quais medidas serão adotadas, os programas que vão ser desenvolvidos e os projetos que vão ser implementados."

Para o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), José Machado, que esteve ontem em Maringá na implementação do comitê, a iniciativa vai ao encontro da Lei Nacional das Águas, que valoriza a gestão descentralizada e participativa.

"O comitê é uma modalidade de gestão da coisa pública muito interessante porque se pauta pelo debate, pela negociação no âmbito da bacia hidrográfica e pactua os interesses dos usuários da água, do setor público e da sociedade."

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), Rasca Rodrigues, afirmou ontem que o Estado, sozinho, não daria conta de reverter os passivos ambientais destas bacias e destacou que, atualmente, não cuidar da água é contribuir contra a vida. Rasca também afirmou que o Comitê não vai ficar apenas no papel como outras iniciativas feitas para preservar o Rio Pirapó e o Parapanema 3 e 4.

"Uma tentativa aconteceu em 1982 com um consórcio que não deu certo. Houve tentantivas em diversas outras oportunidades, mas agora a gente acredita que, com este processo de construção lento e com a efetividade do Instituto Paranaense das Águas, que virá para fazer a gestão, teremos condições de deslanchar. Mas não sozinho, e sim, com a participação de todos", considerou.

O secretário também destacou que a cobrança pelo uso da água, prevista para ser implantada no Estado até 2013, vai garantir recursos para a preservação dos rios. "A cobrança é um dinheiro novo que você agrega dentro da Bacia Hidrográfica e quem decide como investir são os vomitês. Calculamos que nas 12 bacias do Paraná teremos de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões por ano."