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Todos consumindo orgânicos? Utopia...

 

O engenheiro agrônomo Humberto Silva Santos, professor de olericultura da Universidade Estadual de Maringá (UEM), compara a agricultura orgânica com um desfile de moda. "Ninguém usa aquele tipo de roupa no dia-a-dia, mas, segundo especialistas, elas transmitem conceitos e tendências. É a mesma coisa", avalia.

De acordo com Santos, o movimento de produção orgânica vai muito além da produção de alimentos certificados. Ela se torna um laboratório à medida que tecnologias seguras vão sendo desenvolvidas e passam a ser incorporadas nas outras atividades agrícolas, como a utilização de produtos naturais para o controle de pragas e doenças.

Exemplo de mudança é o plantio direto, técnica hoje em dia amplamente utilizada nas lavouras da região. "É uma técnica mais segura e sustentável", diz o engenheiro agrônomo. Mas nem sempre foi assim. Antes do hábito ser incorporado, as sobras eram desperdiçadas e queimadas. "Botavam fogo e virava aquele fumaceiro na região", lembra Santos.

Ainda que a busca de alternativas sustentáveis para o cultivo de alimentos esteja ocorrendo no mundo, o Santos não tem ilusões. "É uma utopia acreditar que os orgânicos atenderão a demanda de alimentos para a população que temos hoje."