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Sem bebida e sem bagunça



No segundo vestibular seguido sem venda de bebidas no entorno UEM as provas transcorrem pacificamente, os moradores da vizinhança conseguem entrar em suas casas e a zona de conflitos passados se converte em ambiente de paz.

Nenhum terremoto ou Ato Institucional foi necessário para tal façanha. Apenas a proibição de venda de álcool naquelas redondezas. E o que isso nos indica?

Está claro que o problema é mesmo a bebida. Não se deve apontar para os vestibulandos o dedo da acusação por aqueles episódios dantescos que precederam a adoção da chamada "lei seca".

Vestibulando mesmo eram poucos no ambiente. As provas eram apenas o pretexto para a tomada do lugar por uma horda disposta a transformar o espaço em terra sem lei e sem vergonha. Formada não necessariamente por estudantes.


Anacrônico

Mas, ora vejam, que história e essa de protestos do DCE (a antiga diretoria) contra a medida? O que eles querem afinal? Se a intenção é viver num eterno woodstock, que se mudem de vez para a Bolívia. Defender uma bandeira como essas é assumir de vez a fama de beberrões e desordeiros que motivaram os excessos da PM no último vestibular de verão.

Alguém com um mínimo de racionalidade concorda com aquela truculência? Claro que não. Agora legitimar aquele tipo de ação, com protestos em favor da bandalheira, aí já é estupidez da pior espécie. Que não combina com o ambiente acadêmico, onde se imagina que as pessoas estão se aculturando.


Endurecendo

Em meio a essa discussão o município apresenta - e a Câmara aprova em primeira discussão ? um projeto que limita de vez a venda de bebidas no entorno das instituições de ensino de terceiro grau.

Um ponto a se avaliar: fora do período do vestibular há os mesmos transtornos nas imediações dos bares próximos às faculdades? No geral, não. Em dois lugares específicos, sim. Na Avenida Paranaguá às quintas-feiras e ao lado do Cesumar. Nas redondezas das demais instituições a coisa não é assim tão grave.


Licença

Impedir a venda de bebidas mostrou ser medida eficaz durante o vestibular. Será também para o restante do ano naqueles locais? O público que os freqüenta não é o mesmo, embora possa haver uma sobreposição parcial.

Será que teremos o mesmo efeito? Quem regulamenta o zoneamento urbano é o município. É ele quem concede ou deixa de conceder o alvará de funcionamento para os estabelecimentos comerciais. Se não quer bares no entorno das instituições, basta não fornecer a licença.


Direito adquirido

A lei vem exatamente dar suporte para esse tipo de decisão. Mas não se pode desprezar que existe um problema para quem já está estabelecido nesses locais, com licença para trabalhar.

Para estes, ao que parece, o direito já está constituído. Como se dará a remoção desses comércios daqueles locais, caso o projeto seja aprovado em segunda discussão na sessão de hoje?