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Renda alta atrai criminosos

Alto padrão de residências, boa rede de comércio instalada e renda da população residente oscilando entre média alta e alta. Com tantos atrativos, a Zona 7 se qualifica como um lugar de onde há muito o que furtar ou roubar, tanto de quem mora quanto de quem trabalha na região.

“Além disso, o bairro não possui tantos equipamentos de proteção, como monitoramento por câmeras ou muros altos e eletrificados, bastante comuns na área central da cidade”, opina a socióloga Ana Lúcia Rodrigues, coordenadora do Observatório das Metrópoles, ligado à Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Na avaliação da professora, esses motivos podem explicar, em parte, a razão do bairro aparecer sempre nos dois primeiros lugares no número de ocorrências policiais mapeadas, independente do tipo de crime.

De acordo com informações da polícia, boa parte dos crimes é cometida por reincidentes, pessoas que já foram presas.

Para Ana Lúcia, a idéia de manter as pessoas atrás das grades como alternativa para manter a violência sob controle está londe de ser a solução para o problema, melhor respaldada na entrada, cada vez menor, de novas pessoas no mundo da criminalidade.

“Tanto as formas de reinserção quanto as que impedem o surgimento de novos candidatos a presidiários passam pelo investimento em políticas públicas sérias de educação e geração de emprego e renda”, acredita a socióloga.

Caso contrário, Ana Lúcia teme que a sociedade continue amargando os custos de um sistema prisional que está explodindo por não dar conta da demanda.

Impedir a formação de novos criminosos passa obrigatoriamente, na análise da socióloga, pela respeito às condições básicas necessárias a valorizar a própria vida. “Os criminosos não têm nada a perder. É preciso fazer com que eles tenham.”

Mesmo sem que o núcleo de pesquisa tenha feito qualquer estudo a respeito, Ana Lúcia descarta qualquer ligação entre o significativo aumento no número de roubos à mão armada em março com a fuga de alguns detentos da Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), ocorrida no dia 24 de março.

“Se isso for verdade, o número vai cair assustadoramente daqui para a frente”, comenta ela.