Imprimir

Sericicultura ganha novo reforço

Produção de casulos na região de Nova Esperança foi prejudicada por falta de fornecedor de matrizes e híbridos
 

Os criadores de bicho-da-seda da região de Nova Esperança, que ficaram sem ter de quem receber insumos desde que a Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar) desativou seu setor de sericicultura, ganham hoje um laboratório de estudos genéticos de casulos, que vai fornecer híbridos e matrizes.

O laboratório é resultado de um acordo envolvendo a Prefeitura de Nova Esperança, a Associação de Criadores e a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Além de fornecer híbridos, o laboratório manterá um banco de germoplasma composto de 16 matrizes e uma câmara fria que serve como chocadeira de matrizes. O acervo é o mesmo que a Cocamar repassou à UEM.

O projeto foi elaborado por técnicos da universidade e para a execução a prefeitura cedeu dois golpões, cada um com 100 metros quadrados, que vão abrigar o laboratório e demais setores.

"Esse projeto chega em um momento em que o município começa a exportar cachecóis de seda para a Europa. Com o laboratório e o conseqüente aumento da produção regional de seda, já podemos pensar em ampliar essas exportações", disse a prefeita Maly Benatti(PMDB), que considera que essa é uma das iniciativas mais importantes para o setor produtivo do município, que tem no bicho-da-seda uma de suas principais forças econômicas.

Nos galpões serão mantidas as 16 matrizes e desenvolvidos projetos genéticos a fim de melhorar a qualidade do produto final. De acordo com a professora Maria Aparecida Fernandez, do Departamento de Biologia Celular da UEM, a identificação das melhores matrizes do bicho-da-seda poderá indicar futuros cruzamentos para obtenção de híbridos com patente UEM. Será possível produzir casulos com alto teor de seda líquida e com resistência a variações climáticas e a doenças como o amarelidão (Nucleopolyhedrovirus), o principal responsável por grandes perdas na produção de casulos. Um híbrido assim tem alto valor comercial.

A sericicultura é a principal atividade econômica de Nova Esperança. Além de gerar riqueza e projeção nacional para o município, é uma atividade de grande importância para a inclusão social, pois envolve o trabalho no campo na criação do bicho-da-seda, o cultivo da amoreira e o fomento da indústria de fiação e também no comércio.

A produção movimenta R$ 6 milhões por ano e gera cerca de 5 mil empregos. Nova Esperança responde por 15% da produção de casulos do Paraná.

O projeto conta com a participação das empresas sericícolas Fiação de Seda Bratac e Fujimura do Brasil. Além dos pesquisadores e professores da UEM, Unipar e Unioeste, o projeto tem ainda a colaboração de técnicos da Secretaria da Agricultura, Emater, Cocamar e Seti.