Imprimir

Mosquito da dengue é transmissor

Os vetores (transmissores) da febre amarela no Brasil são os mosquitos do gênero Haemagogus e o Aedes - o aegypti (que também é transmissor da dengue) e o albopictus. Ambos picam durante o dia e o ciclo de vida do mosquito dura entre 50 a 60 dias. "Na nossa região, as gerações são contínuas, ou seja, por conta das condições favoráveis de temperatura e umidade, todos os dias do ano temos mosquitos adultos", observa a bióloga e professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Izabel de Fátima Andrian.

Durante a fase de larvas, o inseto se alimenta principalmente de bactérias e algas. A idéia de que o mosquito precisa de água limpa para se reproduzir pode causar uma impressão equivocada, segundo a professora. "A presença de barro não caracteriza água suja", alerta. "O principal é que, além de não ser poluída, a água esteja parada."

Assim, segundo Izabel, o líquido reúne condições para o desenvolvimento e proliferação de microorganimos que alimentarão o mosquito na fase larvar. Outro ponto é que, como na fase de pupa (desenvolvimento do inseto após a fase larvar) o mosquito respira através do dorso, a água parada permite que o inseto bóie sem maiores problemas.

A temperatura ideal para o mosquito é em torno de 25 graus. Ao contrário do senso comum, o Aedes é mais suscetível ao calor do que ao frio. "Eles toleram bem as variações entre 15 e 35 graus", esclarece Izabel. "Mas sofrem mais com altas temperaturas, principalmente quando são adultos."
É que, no criadouro, as larvas estão necessariamente na água, que normalmente apresenta temperaturas mais toleráveis. O aquecimento global foi lembrado pela especialista como um potencial agravante para doenças como febre amarela e dengue.

O mosquito começa a transmitir a febre amarela no período compreendido entre 9 a 12 dias após ter picado uma pessoa infectada. O espaço de tempo que uma pessoa com a doença pode ser fonte de infecção para o mosquito é pequeno; varia de três a cinco dias contados do início do contágio.

Desde a década de 40 não são registradas epidemias urbanas no Brasil (o último caso foi em 1942, no Acre). "Não é interessante acabar com o mosquito, o correto é que ele fique em seu ambiente natural", declara Izabel. "O que deve ser feito é o controle, pois na natureza o inseto desempenha um papel ecológico e faz parte da cadeia alimentar."