O ‘HU está na UTI’, diz presidente de sindicato
- Hoje Maringá
- Acessos: 1130
Melhores condições de trabalho, o que inclui redução na jornada de trabalho e contratações de servidores são algumas reivindicações de mais de 200 trabalhadores do setor de enfermagem. Na manhã de ontem, eles se mobilizaram em frente ao Hospital Universitário (HU). A reportagem apurou que existem funcionários trabalhando com atestado médico, devido a problemas laborais, ou seja, causados pela falta de condições de trabalho. A categoria promete deixar de fazer horas extras, o que pode agravar ainda mais a situação do hospital.
Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores em estabelecimento de ensino de Maringá (Sinteemar), o qual representa a categoria, Eder Rossato, “o HU está na UTI”, e afirma: “faltam mais de 150 servidores entre efetivos e temporários. Para suprir essa demanda eles têm que fazer horas extras. Essa jornada paralela sobrecarrega os trabalhadores.”
Há também denúncias da prática de assédio moral a funcionários que são obrigados a cumprir as demandas exigidas para os setores, apesar da falta de pessoal. Segundo um servidor, o qual preferiu não se identificar, a rotina estressante prejudica além da saúde, as questões trabalhistas, e aponta: “o pessoal que precisa sair de férias fica, às vezes, impossibilitado, pois são tantos servidores com atestados e eles continuam a trabalhar, prejudicando a saúde física e emocional”.
Ainda segundo ele, há uma movimentação da reitoria da universidade para terceirização dos trabalhadores da enfermagem. “Têm funcionários que trabalham por hora, eles não têm contrato e vínculo algum com o hospital, apenas cumprem a carga horária e depois recebem pelas horas trabalhadas. Isso é o primeiro passo para a terceirização”, comenta.
Horas extras
Rossato diz que a partir do dia 1º de maio os servidores podem deixar de cumprir horas extras. Isso, caso o governo não atenda as revindicações que serão apresentadas na próxima reunião, no dia 16 deste mês. Segundo Rossato, uma assembleia com a categoria será realzada no dia 18 de abril, depois a reunião com o Governo.
A reportagem tentou entrar em contato com o reitor da Universidade Estadual de Maringá, mas não obteve resposta até o fechamento da edição. A superintendente do hospital, Magda Felix, reconhece a luta pelas 30 horas, mas com relação às revindicações ela preferiu que o assunto fosse discutido com a reitoria da universidade.
30 horas
A camapanha nacional pela jornada de 30 horas, que foi o motivo da mobilização de ontem, para trabalhadores da área da saúde, enfermeiros, técnicos as e auxiliares de enfermagem está em tramitação no Congresso Federal há mais de uma década.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) da Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda esta jornada, argumentando que é o melhor para pacientes e trabalhadores da saúde do mundo inteiro.
Atualmente o PL precisa passar pela Comissão de Finanças e Tributação, (CTF) em seguida ele segue para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Caso nenhum deputado solicite análise pela Plenária da Câmara, o PL vai, enfim, à sanção presidencial.