Professores e funcionários querem a retirada completa dos itens do "pacotaço" enviado à Alep. Comando do movimento diz que, a partir de agora, só negocia diretamente com o governador.
Continua, por tempo indeterminado, a greve dos professores e servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Hospital Universitário (HU) deflagrada há 18 dias. A decisão ocorreu, ontem à tarde, em assembleia geral da categoria realizada no auditório do hospital com a presença de 600 pessoas. O movimento iniciado por causa das medidas de austeridade enviadas, neste mês, pelo governador Beto Richa (PSDB) à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) não concorda com a retomada da discussão de parte dos projetos do "pacotaço", prometida para a próxima semana e pede a retirada completa de todos os itens.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Celso Aparecido do Nascimento, a partir de agora, só se volta a convocar assembleia quando o governador atender as entidades sindicais para retomar as negociações. "Não se admite mais que Richa fale em retirar direitos, negociar Paranaprevidência ou discutir projetos de autonomia universitária da forma como ele quer. Ele faz o contrário do que a gente combina com os secretários", destaca. Nascimento diz que a categoria demonstrou indignação e que não confia nas promessas do governador de retirada das medidas.Quanto à discussão da autonomia universitária, para a qual o governo estadual criou uma equipe de trabalho para debater o assunto, o presidente do Sinteemar esclarece que o movimento é contra a proposta de Richa. "Não admitimos qualquer menção acerca da autonomia. Queremos que fique do jeito que está.
Radicalizamos de vez e se o governo insistir não voltamos ao trabalho", ressalta. Segundo ele, o modelo utilizado em São Paulo e que o governador quer implantar no Paraná não é bom para UEM. O comando de greve do HU definiu que, a partir de agora, os servidores do local vão trabalhar com o sistema de escalas e que muitos setores serão afetados. Estima-se que serão mantidos apenas 30% da capacidade de atendimento da unidade. Alguns serviços já foram suspensos no início da greve, como agendamento de cirurgias eletivas, exames ambulatoriais e internamento de pacientes oriundos de laboratórios. Na semana que vem, deverão ser divulgados quais atendimentos serão interrompidos. A última greve de servidores da UEM e do HU havia sido entre setembro de 2001 e março de 2002.INDIGNAÇÃO
"Não se admite mais que Richa fale em retirar direitos, negociar previdência ou discutir autonomia como ele quer." CELSO APARECIDO DO NASCIMENTO- Presidente do Sinteemar