A dona de casa Maria de Fátima Amaro de Andrade lembra com tristeza de quando precisou acompanhar o marido, o pedreiro José Jandes de Andrade, que ficou internado no Hospital Universitário (HU) de Maringá para se recuperar de uma hemorragia após uma queda no banheiro de casa. Ela mora em Munhoz de Melo, distante 44 km.
“Ele ficou internado por 17 dias e eu acompanhei. Dormia na cadeira do quarto, no chão da enfermaria, ficava a noite inteira ao lado dele”, descreve. “Não via a hora de ir embora, não é fácil. O pessoal do hospital me dava marmita, mas foi muito cansativo”, acrescenta.
Na última sexta-feira, Maria de Fátima estava novamente no HU, desta vez torcendo para que o marido não precisasse ficar internado. Ele caiu de moto e machucou o ombro.
São pessoas como Maria de Fátima que poderiam ser beneficiadas com a Casa de Apoio que o HU pretende construir ainda este ano. A proposta, no entanto, ainda não saiu do papel e depende de alguns trâmites para se concretizar.
O projeto arquitetônico está pronto, mas faltam os projetos elétrico, hidráulico e estrutural. Só após a conclusão dessa etapa a Prefeitura de Maringá e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) se reunirão para tratar da assinatura do convênio que prevê R$ 420 mil para a obra, segundo informações da assessoria de imprensa do HU.
Em janeiro, em uma reunião entre vereadores e a superintendência do hospital, o presidente da Câmara, Ulisses Maia (PP), prometeu indicar R$ 200 mil oriundos de sobras do orçamento do Legislativo para a construção da Casa de Apoio.
Na oportunidade, Maia recomendou aos vereadores que também se comprometessem em participar de ações em prol do HU, o que fez a quantia saltar para R$ 420 mil.
A UEM já reservou parte de um terreno próximo à unidade para a obra. A residência terá 228,74 metros quadrados, divididos em copa, sala de estar, recepção e quatro quartos com banheiro. O projeto prevê ainda uma garagem e lavanderia.
Segundo estudos realizados no hospital, há uma demanda reprimida diária para um serviço como o da Casa de Apoio de seis famílias, em média. Os critérios para utilização da casa ainda estão sendo discutidos com a Associação dos Amigos do HU, entidade que vai colaborar com a gestão.
Para a superintendente do hospital, Magda Lúcia Félix de Oliveira, a Casa de Apoio vai humanizar o atendimento dos pacientes. “Possibilitar a proximidade com o familiar enfermo é uma ação muito importante para a humanização do serviço, pois diminui o sofrimento da família. Muitos voltam para casa porque é difícil ficar em Maringá por conta de vários fatores, inclusive o financeiro”, diz. O dinheiro das sobras do orçamento da Câmara é o único recurso para a obra.