A solução para o caos anunciado para a saúde pública da região depende de uma ação rápida do governo do Estado e uma dose de improviso. Com 141 funcionários celetistas em fim de contrato, o Hospital Universitário (HU) de Maringá anuncia que só resta fechar o Pronto-Socorro a partir do dia 1º de abril.
Os celetistas respondem por um a cada seis funcionários do hospital e
foram contratados em 1º de abril de 2010 por 1 ano, com contrato
prorrogável por igual período. O vínculo com o HU vence em 31 de março e
não pode mais ser prorrogado. Sem pessoal suficiente para atender os
200 pacientes que procuram o PS todo dia, o setor corre o risco de
parar. Exames, cirurgias, suturas, internações e consultas serão
suspensas.
O
superintendente do hospital, José Carlos Amador, diz que vem alertando o
governo sobre o problema há 1 ano e meio. "Não faz 30 dias que estamos
dizendo isso a eles." Na lista dos temporários que deixarão o hospital
em 31 de março estão médicos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs),
ortopedistas, cirurgiões, enfermeiros, técnicos de enfermagem, motorista
de ambulância, seguranças, cozinheiros e farmacêuticos. "Dia 1º de
abril eu não tenho condições de abrir o hospital porque não haverá
funcionários."
No HU, o clima é de preocupação e incerteza. Os
efetivos temem ter de trabalhar sobrecarregados; os temporários se
queixam da falta de informações. "Muitos estão ansiosos, imaginando o
que vai acontecer no fim do mês", conta uma técnica de enfermagem. "O
clima está tenso, porque hoje já falta pessoal. Imagina quando os 141
começarem a sair?", questiona uma funcionária do PS.
Mesmo se o governo do Estado autorizar a contratação de funcionários,
os trabalhadores só estariam aptos a assumir as funções dentro de 60 ou
90 dias. "Eles vão ter que passar por exames médicos, preencher papéis.
A contratação de novos não vai resolver o problema", explica o
superintendente. Um motorista de ambulância, por exemplo, tem de passar
por três cursos de direção defensiva antes de assumir o posto. "Seria
interessante que eles pudessem continuar trabalhando, porque já estão
treinados."
Remanejar empregados está fora de questão, porque o
hospital enfrenta déficit de trabalhadores. "Vamos tirar gente da onde
para pôr no Pronto-Socorro?", questiona Amador. O setor de urgência e
emergência conta com número proporcional de funcionários para a
quantidade de leitos.
O hospital tem 31 leitos cadastrados no
PS, mas ontem acomodava quase cem pessoas. "Seria preciso ter três vezes
mais pessoal para dar conta da demanda." Até meados de abril, contratos
de mais sete celetistas vão encerrar e eles terão de deixar o PS.
O
superintendente do hospital e o reitor da UEM vão se reunir hoje para
traçar uma estratégia contra o problema. Responsável pelas contratações,
a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
informou somente que deve se pronunciar hoje sobre a questão.
http://d.local.odiario.com/cidades/noticia/554819/pronto-socorro-do-hu-de-maringa-para-em-12-dias/