Os professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) dos campi de Umuarama decidiram não cruzar os braços ontem (20), como fizeram quase todos os outros professores da instituição no Paraná, que organizaram uma nova paralisação por reajuste de salários. Os 1,7 mil estudantes da cidade – tanto dos cursos presenciais como a distância – não ficarão sem aula, por os docentes decidiram que vão aguardar uma proposta do governo do Estado.
De acordo com Osvaldo Joaquim dos Santos, diretor da UEM em Umuarama, a decisão pela não-paralização partiu dos próprios professores. “A justificativa para eles não terem aderido ao movimento é a de que eles não queriam prejudicar os alunos. Todos os docentes de Umuarama confiam que o governo estadual vai fazer a sua parte e dar uma resposta positiva para a situação”, disse.
Ele informou também que os professores vão aguardar uma reunião entre o sindicato da categoria e representantes do governo, que deve acontecer nos próximos dias. “A intenção é a de que um bom acordo seja firmado entre as partes e, dessa maneira, nenhum aluno sofra as consequências”, informou Santos.
ESTADUAL
Em todo Paraná são cerca de 20 mil estudantes sem aula pela terceira vez no mês, por causa das reivindicações dos docentes. A Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), que reúne mais de 2 mil professores da instituição, organizou a nova paralisação. O presidente da Sesduem, Cid Marcos Gonçalves Andrade, disse que caso o estado mantenha o reajuste proposto no ano passado, os docentes devem aceitar a proposta, evitando, assim, uma greve por tempo indeterminado.
O estopim do descontentamento dos professores aconteceu no início de fevereiro, quando o governo confirmou que não seria possível dar um aumento de 9,62% em três parcelas que seriam pagas em 2012, 2013 e 2014, conforme negociação em novembro do ano passado. O acréscimo anularia a defasagem de 31,73% que existe entre os salários dos docentes e dos técnicos administrativos de nível superior que trabalham nas instituições de ensino superior do estado.