Após denúncias de consumidores de que havia falhas no transporte e distribuição de uma determinada marca de leite na cidade, o departamento de fiscalização do Procon (Procuradoria Municipal de Defesa do Consumidor) de Umuarama abriu procedimento para verificar a veracidade das informações. Após testes realizados no laboratório da UEM (Universidade Estadual de Maringá) foi constatado que realmente o leite continha um nível de bactérias 600% a mais que o permitido por lei.
Segundo o Procon, o produto é da marca Lactobom, produzido em Toledo e transportado para Umuarama dentro de caminhões refrigerados. “Mesmo assim o leite apresentava problemas em sua fase de distribuição. As entregas realizadas dentro da cidade eram feita em carro comum, sem qualquer tipo de refrigeração, deixando o leite exposto a altas temperaturas por várias horas. Isso levantou suspeitas de consumidores, que denunciaram o caso ao Procon”, relatou o advogado.
Ao ser acionado, o órgão de defesa do consumidor constatou serem reais as irregularidades do transporte local feito de maneira totalmente inadequada para o tipo de produto em questão, comprometendo assim suas recomendações de armazenagem – que exigem uma refrigeração constante de até 7 graus celsius – e de qualidade. “O Procon então colheu amostras do produto em vários pontos de comércio, em embalagens de 1 e 2 litros. As amostras foram encaminhadas aos laboratórios da UEM, que trabalha em parceria conosco, para que testes de qualidade fossem realizados. Os resultados mostraram um nível altíssimo de bactérias presentes no produto, sendo 600 vezes acima do nível permitido”, detalhou Gregório.
NOTIFICAÇÃO
“A empresa já foi notificada e estamos aguardando a resposta deles sobre o problema, pode ser que o sistema de pasteurização tenha sido ineficiente e não tenha eliminado as impurezas”, afirmou o diretor do Procon, Sandro Gregório, que explicou que antes de multar a empresa, outras medidas devem ser tomadas. “A empresa tem o direito de se explicar e essa falha também pode ser decorrente da distribuição malfeita, que precisa ser corrigida com urgência, assim que houver qualquer manifestação iremos dar continuidade ao processo”, detalhou.
Gregório ainda informou que a presença de tais bactérias poderiam, segundo os técnicos da UEM, causar enjoos, vômitos, dores abdominais, desarranjos intestinais e outros problemas de saúde. Ele alertou: “É sempre muito importante ter cuidado ao comprar produtos de vida curta, como o leite in natura, observar bem as datas de validade e se possível ferver o leite em casa antes do consumo”, orientou Gregório. (Cristina Prezzi)