Quando se fala em Universidade Pública o governador Beto Richa segue a tardição de seu padrinho político: Jaime Lerner.
Lerner, quando governador na primeira gestão em 1994 e na segunda de 1998 a 2000 fez o que pôde para desmanchar as Universidades públicas do Paraná. Privatista de primeira linha, na sua primeira gestão atacou a autonomia universitária exigindo que a UEM e as outras estaduais deixassem de fazer suas próprias folhas de pagamento.
Não foi diferente entre 1998 a 2000. Lerner alinhado à sanha privatista do Ministro do FHC, Bresser Pereira, ameaçou as universidades públicas do Paraná. Além de tentar obter o controle da folha de pagamento, elaborou o famigerado Projeto de Autonomia 32, que previa a venda dos cursos de graduação das universidades estaduais. Aqui em Maringá, um notório empresário do ramo de supermercados, queria comprar uma parte da UEM. Saia sempre nas fotografias ao lado do governador Lerner, como um cão de guarda, fiel à parte que queria comprar na privatização das universidades públicas paranaenses. Quem sabe não iríamos ter prateleiras nos cursos. Pegue e pague. A greve dos seis meses – de 2002 a 2003 – das universidades estaduais paranaenses venceu o governador.
Na década de 1994, o então reitor da Universidade Estadual de Maringá não acatou a ordem do coronel Lerner. Em 2000, os movimentos sindicais das universidades estaduais paranaenses venceram Lerner. E agora em 2012? Os reitores abaixarão a cabeça ao filho político de Lerner e venderão a autonomia universitária?
Os cortes nas verbas públicas, habilmente feito pelo governador, têm as mesmas características daqueles feitos por Lerner. Lerner e seu séquito começou a tesourada aos poucos até o sucateamento generalizado. Com certeza, Richa repetirá seu padrinho político. A Universidade Estadual de Maringá recebeu os cortes de verbas impondo aos alunos a primeira fase da recessão. Por que os cortes de recursos pegaram primeiro os alunos? Mas, mais cortes virão. Se os alunos foram os primeiros premiados, logo virão os professores. Richa não liberou as contratações de professores, nem de temporários, nem técnicos. E a reitoria? Como fará? Tolerará os cortes? E o assessor diretamente ligado à UEM, o ex-reitor Décio Sperandio que está na administração Richa?
Hoje são as bolsas trabalho, de ensino dos alunos, amanhã seremos todos nós!
http://www.folhademaringa.com.br/governador-richa-maos-de-tesoura-e-cabeca-de-lerner/