publicado em 30/08/11 às 05:25
Lí, no jornal impresso de todos os dias da cidade, uma matéria sobre o
boicote da reitoria à ocupação dos estudantes, que cobram respostas às
suas reivindicações LEGITIMAS – como afirmou o reitor da instituição em
artigo no mesmo jornal.
Não tão maldoso e tenso à agradar a elite ou cantar no mesmo coro que os despolitizados, apáticos e reacionários, o texto passaria como livre de posicionamento não fosse a alfinetada que o jornalista deu nos alunos.
“Não quiseram que a gente nem chegasse perto” – mais ou menos o que o rapaz escreveu lá, e digo, com toda a razão os estudantes.
Liberdade de imprensa tudo bem, tire lá suas fotinhas, escrevam o que acharem por bem, mas ninguém pode obrigar que os que são diminuídos em suas páginas lhes sejam sempre simpáticos.
Lembro que, num período de grande atuação do Movimento LGBT aqui na cidade, decidimos não falar mais com determinados veículos de comunicação, pudera, editavam as falas, colocavam as opiniões mais escrotas cavadas lá no terminal urbano sobre gays e lésbicas (que não são de deus, coisa e tal), depois o apresentador ainda fazia alguma gracinha, ridicularizava mais de 30.000 cidadãos maringaenses só por lhe tirar o sono saber que alguém nessa linda e santa cidade poderia estar dormindo com outra pessoa – ah, com o mesmo que ela no meio das pernas.
Do jeito que a coisa vai, na toada que levam alguns veículos de comunicação aqui da city, que empreitam campanhas atreladas ao empresariado contra espaços democráticos e de reivindicação popular, reafirmam preconceito contra minorias e desqualificam um dos poderes municipais enquanto afaga outro, daqui à pouco vão ter que falar com seus dedos, inventar algum amiguinho imaginário, sei lá…
As portas vão se fechando – na tu ral men te – em consequência da postura reacionária dos mesmos.
Eu apóio o pessoal da ocupação. Pra quê dar munição pra quem vai mandar bala neles assim que puderem?
Ninguém deve se esquecer que alguns dos maiores clientes do dito jornal de todos os dias são a UEM e o CESUMAR (a prefeitura a gente não pode falar ainda, já que os 12.000 reais diários enfiados em propaganda pela administração cidadã do Silvio 2º seguem em segredo de estado).
Ta aí. Esse jornal arrota aos quatro ventos que a empreitada pela manutenção dos 15 vereadores é a “maior mobilização da sociedade civil organizada do município”, por que não fazer uma para publicizarmos quem leva a maior fatia do bolo de 6% do orçamento municipal que vai para propaganda?
Ah, sim. Uma bela campanha também seria para que o CODEM – Conselho de Desenvolvimento Econômico (quase um órgão da ACEM – Associação Comercial e Empresarial da city) pare de levar 2% do orçamento de Maringá?
Sobre os 6% do orçamento para firula e bobajada para sustentar veículo de comunicação (ta no ar umas chamadas bem estranhas que falam de quão boa é a administração municipal do Silvio na educação e saúde), os vereadores Marly Martins, Mário Verri, Humberto Henrique e Manoel Sobrinho tentam há anos descobrir quem leva. Eu acho essa uma luta justa, que tal?
Até hoje não obtiveram estes números – pra onde vão 12 mil reales diários – mó de quê a turma do amém, vereadores da bancada do beija mão, não deixa passar a matéria nas sessões da Câmara.
Lembro de uma brincadeirinha de uma amiga que cabe muito bem aqui: Quando me empolgava em algum assunto, ela, delicadamente, virada para o lado, apontava sua mão para a altura dos meus olhos e dizia: Luiz, querido, fale com minha mão um pouco agora.