Na Universidade Estadual de Maringá os cursos de medicina e física se uniram para desenvolver um capacete de oxigenação. O resultado desse trabalho está em uso e pode ser produzido em escala.
Pesquisadores do mundo todo têm se dedicado a desenvolver técnicas e equipamentos para ajudar pacientes com a Covid-19. Um dos frutos dessas pesquisas é o capacete de oxigenação. Este evita que o ar escape e dá mais conforto ao paciente do que a máscara de oxigenação tradicional. Com ele, a pessoa precisa fazer menos esforço para respirar. Na Universidade Estadual de Maringá os cursos de medicina e física se uniram para desenvolver um capacete de oxigenação. O resultado desse trabalho interdisciplinar está em uso e pode ser produzido em escala.
O médico e professor Edson Arpini Miguel, um dos responsáveis pelo projeto, explica que a lógica para o uso do aparelho foi adotada no mundo todo para pacientes que não estão entubados. “O paciente pode ser acoplado a uma espécie de ‘capacete de astronauta’, feito de um plástico endurecido com entradas específicas para o oxigênio e tem um fluxo de saída, com filtro. Isso permite que ele fique em um ambiente com outros pacientes, sem estar exalando ou dispersando os vírus durante a respiração”, diz. Alguns protótipos foram criados ao longo do mês passado até chegar ao modelo atual. A pesquisa envolveu também profissionais de enfermagem, fisioterapia, ciências biológicas e zootecnia.
Capacete de oxigenação desenvolvido terá custo menor que o de mercado
O modelo de oxigenador não invasivo foi produzido utilizando recursos e materiais internos. A média de custo no mercado é de R$ 700 para uma peça que é utilizada apenas uma vez e descartada. O modelo desenvolvido pelos pesquisadores custou menos de R$150 e, passando por assepsia adequada, pode ser reutilizado.
Para Elisabete Mitiko Kobayashi, superintendente do Hospital Universitário de Maringá, além do ganho científico, o projeto promoveu uma maior integração entre a UEM e HUM. “Temos um aumento do número de casos, o número de leitos já está praticamente esgotado e esse dispositivo ajuda a acelerar o tratamento. Proporcionando um aumento de oxigênio disponível para esse paciente, além de fazer o seu isolamento evitando a dispersão de aerossóis no ambiente. Isso permite que mais pacientes sejam internados numa mesma unidade e convivam com segurança”, explica.
Além do capacete de oxigenação, também está em desenvolvimento um protótipo de ventilador mecânico. Várias modalidades de ventilação precisam ser utilizadas em pacientes com insuficiência respiratória em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Entramos em um esforço coletivo porque é a função da nossa Universidade dar a resposta que a sociedade está precisando agora”, explica Professor Ivair Aparecido dos Santos, do Departamento de Física da UEM.
O reitor da universidade, Júlio Damasceno, lembra que nosso país tem uma grande dependência quase que exclusiva de outros países, sobretudo da China, para compra de equipamentos e insumos. “É um trabalho em rede que vai auxiliar, já de imediato, as UTIs neonatais, para crianças e também UTIs adultas no que diz respeito à área de problemas respiratórias”, reitera.
https://ricmais.com.br/noticias/pesquisadores-da-uem-desenvolvem-capacete-de-oxigenacao/