Servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) aprovaram, nesta segunda-feira (20), por unanimidade, estado de greve, mostrando contrariedade à suspensão da data-base da categoria, proposta pelo governador Beto Richa (PSDB) e ratificada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Significa que vamos ficar sem reposição, não é nem reajuste, nos próximos três anos. Isso deve representar algo próximo a 14% em perdas salariais”, calcula o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino de Ensino de Maringá (Sinteemar), José Maria Marques, lembrando que o estado de greve permite a paralisação das atividades a qualquer momento.
Os servidores também demonstraram descontentamento com a implantação do RhMeta 4, a falta de reposição de pessoal na UEM e o corte de 30% no orçamento da instituições de ensino superior do Paraná para 2018.
“Se o estado está com as contas em dia, como afirma o governo, por que suspender a data-base e reduzir o orçamento das universidades?”, questiona Marques. “Sem falar que isso é inconstitucional, já que o orçamento do próximo ano não pode ser inferior ao atual”, completa o presidente. Sobre a falta de reposição, Marques afirma que o déficit de servidores e docentes na UEM é superior a 500 colaboradores.
“Estamos falando de reposição de pessoas que se aposentaram, faleceram ou pediram exoneração. Não são novas vagas”, diz. Também pesaram na decisão dos servidores que participaram da assembleia no auditório do Sinteemar a posição do governo em não reconhecer o Tide (Tempo Integral e Dedicação Exclusiva) como regime de trabalho e ao decreto que proíbe a realização de concurso e teste seletivo.
Mobilização
Uma mobilização está marcada para o próximo dia 29 de novembro na UEM e demais universidades estaduais do Paraná. “Não vamos paralisar as atividades. Será feita panfletagem dentro e fora da UEM para conscientizar trabalhadores, alunos e a comunidade sobre a situação das universidades”, diz Marques.
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