Três em cada quatro empresas de Maringá têm até quatro funcionários. O dado é de um levantamento relativo a 2011 do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim de maio. A predominância de microempresas segue uma tendência estadual e nacional.
Das mais de 20,5 mil empresas instaladas em Maringá em 2011, mais de 14,2 mil, equivalente a quase 70% do total, tinham até quatro funcionários. Para o técnico em informações geográficas e estatísticas do IBGE Cassius de Brito, o número é um reflexo da principal atividade econômica do Município, o comércio, que representa 43,45% das empresas locais.
O consultor da Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário (Sebrae) Gustavo Ishikawa pontua que o número de micro e pequenas empresas maringaenses é ainda maior. Segundo ele, o governo federal classifica empresas de pequeno porte aquelas que têm faturamento de até R$ 3,6 milhões anuais. “Neste caso, o número de micro e pequenas empresas maringaenses ultrapassaria os 90%, cerca de 18 mil unidades.”
O número de empreendimentos nesta categoria cresce progressivamente desde 2008 em Maringá, segundo o consultor. Ele defende que o empreendedor atual tem um novo perfil e, por isso, mais possibilidades de sucesso. “Antigamente, as pessoas abriam pequenas empresas, porque não tinham outra opção de renda, não tinham emprego. O novo empreendedor pode até ter um emprego, mas abre um negócio porque vislumbra um nicho de mercado possível.”
Além disso, Ishikawa ressalta que o novo empreendedor é cada vez mais jovem e bem informado. “Essas pessoas buscam autonomia, mas, antes de investir dinheiro, procuram as mais diversas informações para ter segurança de conduzir o negócio.”
O professor do departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Antonio Carlos de Campos salienta que na última década o novo empreendedor está melhor assistido. “O próprio Sebrae oferece orientação e suporte para quem quer abrir ou tem o próprio negócio.”
Campos afirma que a ideia de autonomia supostamente oferecida pelo próprio negócio é um excelente atrativo. “Acho que é da natureza humana esse desejo de se sentir responsável pela própria vida. Com a própria empresa a pessoa tem a possibilidade de escolher o seu horário de trabalho.”
O consultor do Sebrae Gustavo Ishikawa também defende o potencial econômico de Maringá. Para ele, se antes a economia local era baseada no agronegócio, hoje está relacionada ao comércio e à indústria. Além disso, a cidade é um polo para toda a região Noroeste e Norte do estado.