Da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o professor Itamar Flávio da
Silveira, coordenador do curso de graduação de História, acredita que a
adoção de cotas é um despropósito. Ele diz que a medida é um
''descasamento'' entre a formação do aluno e o curso que ele vai
estudar. ''Nisso, o aluno acaba até desistindo do curso ou demorando um
tempo maior para se formar'', defende.
O professor usa como exemplo o curso de Medicina, em que muitas
das disciplinas dão textos em inglês. ''O aluno tem que estar com uma
certa qualificação'', diz Silveira, ressaltando a opinião de que ''se o
objetivo é beneficiar o aluno negro, a tendência é que ele será
prejudicado''.
Certo de que a medida ''é uma fábrica de racismo'', o professor
declara que a UEM não possui sistema de cotas raciais e, por isso, não
enfrenta problemas relacionados a preconceito de ingressantes. ''Todos
devem ser iguais perante a lei, mas é a desigualdade que vai dar relevo
aos talentos. Cada um tem sua habilidade. Para mim, a cota seria a
substituição do mérito, do talento'', salienta. (M.O)
Para professor, medida é um 'descasamento'
- Folha de Londrina
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