Jardim Santa Felicidade, em Maringá, não foi transformado em Zona Especial de Interesse Social pela administração municipal, aponta estudo
Divulgação A professora Ana Lucia Rodrigues, uma das responsáveis pela pesquisa do Perfil de Ocupação Residencial: ‘‘É preciso garantir que naquele local só possam ser erguidas habitações de interesse social |
Os pesquisadores também apontaram que a extinção de 82 terrenos dentro do bairro não seria necessária. A reurbanização poderia ser feita mantendo todos os moradores no local. Para professora Ana Lucia Rodrigues, uma das responsáveis pela pesquisa do Perfil de Ocupação Residencial do bairro Santa Felicidade, o fato que mais chama a atenção é a não criação da ZEIS, no local onde será investido grande parte dos recursos.
''É preciso garantir que naquele local só possam ser erguidas habitações de interesse social. A meu ver, a não criação da ZEIS pode trazer sérios problemas no futuro'', afirmou. Ela ainda mostrou durante a apresentação que em todos os pontos onde foram criadas essas zonas, os terrenos já pertenciam ao município. Nenhuma área privada foi desapropriada em interesse social.
Para a professora, esse foi outro grande problema, porque essas áreas já eram do município e deveriam servir para construção de locais públicos como escolas, postos de sa© úde, quadras esportivas e até praças. Ela ressaltou que esse fato irá gerar problemas para os moradores desses bairros.
''Você vai ter grandes áreas apenas com residências e os moradores terão que se deslocar para outros bairros para praticar esporte, levar o filho para escola ou procurar um atendimento de saúde'', frisou. A pesquisa demonstrou que a maioria das ZEIS foram criadas na Zona Norte de Maringá, distante do Santa Felicidade, que fica na Zona Sul.
Também ficou demonstrado na pesquisa que não haveria a necessidade de se retirar famílias do bairro. No projeto aprovado pelo governo, 82 dos 246 lotes vão desaparecer para que haja um aumento no espaço dos terrenos e alargamento de ruas. Na opinião de Ana Lucia, seria possível reurbanizar, sem retirara as famílias, uma vez que 35% dos moradores vivem no local há mais de 21 anos e outros 15% sempre tiveram suas casas naquela área.