Alunas e professoras do curso de Moda da Universidade Estadual de Maringá (UEM), campus de Cianorte, mostraram que a moda pode expandir as fronteiras do fashionismo e adaptar-se à solidariedade e ao bem-estar de qualquer ser humano. Elas desenvolveram um projeto multidisciplinar de sleepy wear (roupas para dormir, no português) no Recanto Lar dos Velhinhos de Cianorte, para idosas que tiveram os movimentos do corpo afetados. A pesquisa durou mais de dois anos e rendeu diversos artigos científicos publicados.
Ontem (9), as alunas e as professoras apresentaram o resultado do trabalho com uma festa na instituição. Todas as 27 senhoras que hoje vivem no Recanto dos Velhinhos receberam um pijama adaptado com as medidas específicas e de acordo com a necessidade física de cada uma. “Cada idosa recebeu um modelo característico que busca trazer praticidade e comodidade na hora de se vestir”, descreve a coordenadora do curso, Silvia Barcelos.
Ela conta que a ideia do projeto surgiu como uma proposta de trabalho que pudesse unir diversas disciplinas, dentro de um conceito da moda ainda não explorado: a moda inclusiva.
Outra professora responsável pelo projeto, Franciele Menegucci, destaca a importância do projeto na formação acadêmica. Segundo ela, além de trabalhar o lado participativo e social da moda, a pesquisa ofereceu às alunas uma nova visão de mercado. “Roupas mais práticas para pessoas com a coordenação motora prejudicada, é algo pouco explorado no mercado. E além de trabalhar a moda de forma inclusiva, nossa proposta foi mostrar às alunas os diferentes nichos e conceitos que se pode atuar na profissão”, complementa.
As alunas do terceiro ano do curso de Moda da UEM, Giovana Anteneli e Joice Vieira, participam do projeto desde que teve início em 2012. Elas contam que além de abrir a visão delas para possibilidades de mercado, o projeto contribuiu muito para formação acadêmica delas.
Ao todo, elas já publicaram 14 artigos científicos sobre a temática e visam para desenvolver o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dentro do que conheceram no projeto. “Foi uma oportunidade única que além de nos incentivar, nos ensinou o verdadeiro sentido do que é respeitar o próximo”, menciona Giovana.
Para a irmã Terezinha dos Santos, coordenadora do Recanto dos Velhinhos de Cianorte, o projeto trouxe mais vida e feminilidade às moradores do recanto. “Elas se sentem importantes quando as meninas nos visitam”, conta irmã.