Umuarama - A semana começou com várias
manifestações e continua hoje com a paralisação dos universitários da
Universidade Estadual de Maringá (UEM) - Campus de Umuarama. Os alunos
reclamam de cortes de verbas para as universidades estaduais, como
também a paralisação de várias obras no campus local, segundo eles, por
falta de pagamento.
Segundo o estudante de Agronomia e diretor do diretório central
estudantil (DCE), Luan Ferro, durante todo o dia de hoje os estudantes
realizarão mobilizações nas unidades da UEM em Umuarama e às 16 horas
será realizada uma passeata no centro da cidade. “Nosso objetivo é
chamar a atenção do governo estadual para os problemas daqui”,
ressaltou.
Entre os itens da pauta de protesto estão a retomada das obras
paralisadas nos campi fazenda e CTC. Segundo Ferro, no Centro
Tecnológico o restaurante universitário (RU), que era para funcionar em
setembro do ano passado, não foi concluído. Na mesma situação está o
bloco de salas de aulas, ambos a empresa licitada desistiu da obra.
No campus fazenda, onde são ministrados os cursos de Veterinária e
Agronomia, o RU não serviu nenhum prato para os alunos até hoje, a
estrutura era para começar a funcionar em março passado. Outro item
levantado pelo acadêmico é a situação de um bloco de salas já licitado,
mas que ainda não começou a ser construído. “Além dessas reivindicações
estamos lutando contra o corte de 40% de verba para as universidades
estaduais. O CTC de Umuarama recebe hoje R$ 57 mil por mês, esse valor é
irrisório para manter a unidade aberta”, disse o vice-presidente.
Professores estaduais
Os acadêmicos da UEM escolheram a data para a mobilização justamente
para unir as forças, uma vez que no mesmo dia os professores estaduais
protestam e a APP-Sindicato vai realizar um ato em Curitiba. “Queremos
mobilizar mais de 500 pessoas em uma passeata pelas ruas de Umuarama.
Vamos nos unir com os alunos das escolas estaduais pedindo melhorias”,
informou Ferro.
Ontem pela manhã mais de 100 professores da rede estadual de ensino
realizaram um ato na praça Arthur Tomas. Entre as pautas da manifestação
foi discutida a ineficiência do atual Sistema de Atendimento ao
Servidor (SAS) e da falta de um novo modelo de saúde.
Hoje a mobilização será ainda maior. Um ônibus com educadores de
Umuarama sairá rumo à Curitiba para se juntar ao ato que será realizado
na capital. “Nós temos muitos temas a tratar com o governo, o primeiro
deles, que vai para a mesa de negociação, é o porte das escolas, porque o
governo está tirando trabalhadores das unidades. A reunião com a
secretaria de Educação será às 11h30”, conclamou a presidenta da
APP-Sindicato Marlei Fernandes de Carvalho.
PASSEATA EM BRASÍLIA
A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação programou um protesto em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para hoje. Os professores querem o cumprimento da lei do piso salarial. Segundo a categoria, os salários estão defasados e devem ser reajustados em 19%. O governo oferece aumento de 8,32%. Os docentes também reivindicam a votação do PNE (Plano Nacional da Educação), em tramitação na Câmara, e a destinação de 10% dos recursos do PIB (Produto Interno Bruto) para o setor. Em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Goiás, Amazonas, Espírito Santo, Santa Catarina e no Distrito Federal, a maior parte das escolas públicas da rede estadual não deve funcionar amanhã, por causa da manifestação. O movimento nacional teve início ontem, quando as aulas foram interrompidas no Maranhão, Bahia, Sergipe e Piauí. Em Salvador, pelo menos 1 milhão de estudantes da rede estadual foram afetados.