Seis
cães da raça beagle que eram utilizados em experimentos científicos na
UEM (Universidade Estadual de Maringá) foram libertados por ordem da
Justiça do Paraná na quinta-feira.
Uma ação movida pelo Ministério Público questionava o uso dos animais
nos experimentos, acusando a universidade de maus-tratos. Os cães eram
usados em experimentos do curso de odontologia, porque têm os tecidos da
boca semelhantes aos dos humanos. Os animais tinham entre um e dois
anos de idade e, após os procedimentos científicos, eram sacrificados
com uma overdose de anestésico.
Para o Ministério Público, os cachorros eram mantidos "em condições
precárias de higiene'' e recebiam doses insuficientes de anestésico,
passando por "sofrimento óbvio e desnecessário''. Em outubro do ano
passado, a Promotoria já havia conseguido suspender o uso dos cães nos
experimentos.
Depois de negados os recursos da UEM, que nega maus-tratos e afirma que
todos os protocolos de pesquisa eram feitos para anular o sofrimento dos
cães, a 5ª Vara Cível de Maringá determinou que os cães sejam entregues
a uma ONG de proteção aos animais, para adoção. "Os cães que ainda se
encontram nas dependências da demandada [UEM] devem ser entregues à ONG
Anjos dos Animais, conforme pedido [do Ministério Público]'', afirma o
juiz Fábio Bergamin Capela, na decisão. "Se cada um desses cãezinhos
tiver respeito à sua vida, carinho e proteção que merecem, esta decisão
já terá valido a pena.''
Os seis beagles, além de três vira-latas que também estavam no canil da
universidade, foram recolhidos pela ONG Anjos dos Animais na quinta à
noite.
Ontem, todos os beagles já haviam sido adotados. As três vira-latas, fêmeas, ainda aguardam adoção. (Folhapress)
Justiça libera cães usados em experimentos científicos
- Umuarama Ilustrado
- Acessos: 1047