Umuarama
– O Comitê Paranaense para a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável “Rio+20” realizou na tarde de ontem, no
auditório da Prefeitura de Umuarama, a reunião para formação do comitê
regional que vai apresentar propostas e sugestões a serem acrescentadas à
agenda da conferência mundial do meio ambiente, que acontece de 20 a 22
de junho no Rio de Janeiro.
O encontro foi comandado pela coordenadora do Fórum Permanente da Agenda
21 na Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rosana
Vicente Gnipper. Ao todo, inscreveram-se para integrar o Comitê Regional
representantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), da
APP-Sindicato, das prefeituras de Umuarama e Iporã, da Polícia Ambiental
(Força Verde), dos estudantes e da comunidade umuaramense.
Apesar da ausência de representantes dos empresários, sindicatos,
associações e comitês regionais, Rosana Gnipper avaliou positivamente a
reunião realizada em Umuarama. “Em todas as reuniões regionais
realizadas até agora pudemos perceber que o tema da Rio+20, que é o
desenvolvimento sustentável, ainda está longe da agenda do cidadão
comum, por isso a participação em número de pessoas não é
significativa”, disse.
“Porém, dentre estas pessoas que comparecem, a gente percebe um grande
interesse pela discussão não só do tema da conferência, mas das soluções
práticas que podem ser adotadas para melhorar a vida de cada cidade”,
acrescenta Rosana. Hoje a reunião acontece em Londrina, e o ciclo de 11
reuniões regionais encerra no próximo dia 26, em Paranaguá. Já sediaram
encontros os municípios de Umuarama, Guarapuava, Ponta Grossa, Maringá,
Jacarezinho, Francisco Beltrão, Cascavel, Campo Mourão e Curitiba.
Crítica
Apesar de reconhecer avanços nos 20 anos decorridos desde a realização
da Eco-92, primeira grande conferência mundial sobre clima e
desenvolvimento sustentável, a coordenadora do Fórum Permanente da
Agenda 21 no Paraná destaca que os temas discutidos na reunião de 1992
praticamente se repetem na pauta de discussões deste ano.
“Há 20 anos já se falava em desenvolvimento sustentável, foram criadas
metas e mais metas para as décadas seguintes, mas hoje se percebe que
muita coisa deixou de ser feita, e agora vamos debater os mesmos
assuntos na Rio+20”, disse Rosana. De acordo com ela, isso se deve ao
fato de que, em se tratando de meio ambiente, “os danos são causados
muito rápido, mas a reversão é lenta e complicada”.
Entenda o que é a Rio+20
e quais são seus objetivos
A próxima Cúpula da Terra Rio+20 – oficialmente designada como
Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável –
acontecerá de 20 a 22 de junho de 2012, no Rio de Janeiro. O encontro é
uma nova tentativa das Nações Unidas para progredir em relação ao
compromisso dos Estados e da comunidade mundial com as grandes mudanças
deste século XXI.
O chamado das Nações Unidas é ambicioso, pois propõe “estabelecer os
alicerces de um mundo de prosperidade, paz e sustentabilidade”. Duas
questões, estreitamente ligadas, colocam-se no alvo da cúpula: uma
economia verde em prol da sustentabilidade e da erradicação da pobreza; e
a criação de um marco institucional para o desenvolvimento sustentável.
Todavia, Rio+20 deve representar um passo à frente.
Não poderá haver gestão eficaz das interdependências, conforme as
necessidades, sem uma ampla convergência e um diálogo real entre todos
os povos e cidadãos do planeta, sem abandonos de soberania dos Estados,
sem fundamento coletivo dos alicerces de um governo mundial legítimo,
democrático e eficaz. Esse gigantesco canteiro de obras, de longa
duração, só está no início. (Fonte: Portal Rio+20)