Umuarama - O crescimento da cidade pode ser sinônimo de desenvolvimento ou de desmatamento desordenado. No segundo caso, sempre o prejudicado é o ser humano. Prova disso, são as denúncias de casos de Leishmaniose que chegaram ao jornal Umuarama Ilustrado nos últimos meses. De acordo com dados da 12ª Regional de Saúde, em 2012 a região já registrou 14 casos da doença, só em Umuarama são 13 ocorrências confirmadas e o outro registro em Nova Olímpia.
Segundo o secretário municipal de Saúde, José Gonçalves Dias Neto, esse não é um número comum para o município e ressalta a expansão imobiliária como um dos motivos para o crescimento dos casos de leishmaniose. “Com o crescimento dos loteamentos o inseto transmissor sai do mato e chega à cidade. Os números de casos não são comuns, porém é passível de combate, como tratamento”, informou.
Na estratégia para combater a doença, o secretário enumerou a vistoria aos domicílios (onde os casos foram registrados), aplicação de veneno, estratégias para reter os animais errantes – já que os cães são os principais hospedeiros da Leishmaniose na zona urbana – ou até eutanásia desses hospedeiros. “Começamos as ações para realizar o bloqueio da doença com a observação das áreas contaminadas. Também estamos conversando com a Universidade Paranaense (Unipar) e Universidade Estadual de Maringá (UEM) para conseguir uma solução a respeito dos animais contaminados”, enfatizou.
O conselho do secretário e para as pessoas não jogarem lixo nos terrenos abandonados e realizarem o corte do mato nesses terrenos. Na questão assistência médica Gonçalves informa que o município tem condições de identificar e tratar a doença. “As pessoas devem acomodar e destinar os lixos em locais adequados, como também realizar o corte do mato dos terrenos baldios. No tratamento o município está preparado para atender os pacientes com Leishmaniose”, garantiu.
OMS - Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) os principais fatores de risco na ocorrência de novos casos são as alterações ambientais, migrações humanas intensas (novos loteamentos), urbanização e desmatamento. O crescimento desordenado da cidade obriga do mosquito Palha, transmissor da doença, sair do seu habitat natural (a mata) e buscar refúgio nas cidades, onde começa a se alimentar de sangue.
Em Umuarama, os bairros mais afetados estão próximos às matas que foram derrubadas para a construção de loteamentos e condôminos. Sendo eles: O Jardim Dom Bosco, Jardim Sol Nascente, e Conjunto Patrimônio Umuarama.
A Leishmaniose e os sintomas
A Leishmaniose é transmitida pelo inseto Flebotomíneo, também
conhecido como mosquito palha. Os cães são os principais hospedeiros da
doença na zona urbana. Quando o inseto infectado pelo protozoário
causador da doença pica o cachorro o animal pode vir a desenvolver a
doença. O cão infectado e o humano que tenha contraído a doença não
passam a Leishmaniose para outros humanos. Apenas a picada do inseto
transmissor pode fazer.
Sintomas – Os sintomas mais típicos da doença são febre, aumento de
tamanho do baço e do fígado e emagrecimento progressivo. A pessoa que
apresentar algum desses sintomas deve procurar o Posto de Saúde mais
próximo. O tratamento é gratuito e deve ser iniciado imediatamente.
As estratégias
para conter o
desenvolvimento
• Limpeza de locais públicos
• Limpeza de terrenos baldios
• Limpeza dos terrenos dos munícipes
• Envolver a sociedade Civil Organizada
• Ações de controle diferenciadas
Números da Leishmaniose Tegumentar
Municípios 2008 2009 2010 2011 2012
Altônia 01 01 01 05 00
Alto Paraíso 01 02 00 00 00
Alto Piquiri 00 00 01 00 00
Brasilândia do Sul 00 00 00 00 00
Cafezal do Sul 00 00 00 00 00
Cruzeiro do Oeste 00 01 01 00 00
Douradina 01 00 00 01 00
Esperança Nova 00 00 00 00 00
Francisco Alves 00 01 00 00 00
Icaraíma 12 07 00 00 00
Iporã 00 00 00 00 00
Ivaté 01 00 00 00 00
Maria Helena 00 00 00 00 00
Mariluz 01 00 00 01 00
Nova Olímpia 00 01 00 00 01
Perobal 00 00 00 03 00
Pérola 01 01 00 00 00
São J. do Patrocínio 00 00 01 00 00