Dirigido por Zilá Muniz, “Lugar Nenhum”, do Ronda Grupo, circula pelos três Estados do Sul do país
Emoções memoráveis ativadas e deslocadas de seus contextos dão forma a ao espetáculo de dança contemporânea “Lugar Nenhum”, do Ronda Grupo, que será apresentado em Maringá, no dia 8 de março, sexta-feira. No mesmo dia será realizada a oficina Improvisação e Criação em Dança, que está com as inscrições abertas até 6/3. Contemplado pelo edital Prêmio Procultura de Estímulo ao Circo, Teatro e Dança, “Lugar Nenhum” circula pelos três Estados do Sul do país. Todas as apresentações e oficinas são gratuitas.
No palco, a tríplice indivíduo, coletivo e bem estar dão base às ações, norteadas pela improvisação, dos dançarinos Egon Seidler, Nastaja Brehsan, Paula Bittencourt e Vicente Mahfuz. Peso, carga, dor e violência são expressos e contrapõem-se à harmonia. “É como se trouxéssemos fragmentos de experiências vividas e ao dançá-las as intensificássemos, explodindo-as em metáforas”, explica Zilá Muniz, diretora do espetáculo. A fundamentação da pesquisa de corpo está no cruzamento entre histórias pessoais, escritos de Gilles Deleuze e a improvisação, pesquisada pelo grupo desde 2005.
Entre sentimentos pulsantes, corpos transformam-se em imagens. E a espontaneidade como resposta do outro na cena é o que se espera. “A improvisação é uma técnica de composição e de formação, entra no rol das que trabalham o corpo através da educação somática como uma prática de liberdade”, afirma Zilá, considerando que “a improvisação desenvolve um corpo inteligente e que se abre para novas possibilidades de organização em dança.”
Dessa forma, a criação é coletiva e permanente. Estabelecer uma relação estética e se comunicar afetivamente com o público são os desafios. “Preciso estar conectado o tempo todo com meu material coreográfico, com o espaço, com o público e com os outros dançarinos, pois estamos compondo juntos no instante da apresentação”, explica o dançarino Egon Seidler.
A apresentação do espetáculo em Maringá tem o apoio da UEM (Universidade Estadual de Maringá).
Recepção
A improvisação pretende evocar os sentidos do espectador aberto a brincar com a ideia de compreensão sobre o que está sendo trabalhado na cena pelos dançarinos. “É uma relação mais afetiva do que racional”, observa a diretora. “Cada um faz e conta suas próprias histórias, pois o que queremos tanto para nós como para o espectador é estimular o jogo da imaginação. Se conseguirmos isso, então chegamos onde queríamos.”
Ronda Grupo
O Ronda Grupo surgiu em 1993, em Florianópolis (SC). Desde então vem desenvolvendo trabalho de pesquisa e investigação em dança. A partir do ano de 2005, sob a direção de Zilá Muniz, constituiu-se o atual núcleo artístico de pesquisa e criação, desenvolvendo os trabalhos “Movimento para 6” (2006), “Corpo-lugar” (2007), “Siga o Risco” (vídeo-dança, parceria com o SENAC/SC – 2008), “Socorro” (2008), “Cuida de Mim” (2010), “Lugar Nenhum” (2010) e Projeto Formação para Estratégia (2012).