Enquanto amigos e familiares estão na praia, viajando, se divertindo em outras cidades, há alunos e professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que não têm folga e seguem em suas atividades estudando, pesquisando e trabalhando. Mesmo nas férias. Até nos feriados do final do ano. O ano letivo começa na UEM em 7 de março, mas tem gente que passou o fim e começo de ano na universidade.
É o caso de Rodolfo Bento Balbinot, 23 anos, aluno de mestrado de Ciências Biológicas. Ele vai praticamente todos os dias para o bloco B08 da UEM. "Faz parte do processo. Tenho que fazer isso para conseguir algo lá na frente", diz o ele que se formou em Bioquímica na UEM em 2017 e pretende seguir na docência profissionalmente. E não se importa em perder feriados e férias. Como foi em dezembro passado, quando foi nos dias 24 e 26, sendo que no Natal outra aluna foi ao laboratório. Aproximadamente 25 estudantes entre graduação e pós-doutorado participam das atividades.
Balbinot atua em pesquisas onde há cultura de células e microorganismos. Procedimentos básicos para a produção de medicamentos para tratamento da doença de Chagas, herpes, leishmaniose e de produtos como protetor solar. Alguns dos processos usam camundongos e ratos que precisam de cuidados diários, como alimentação e sequencias de procedimentos da pesquisa. Caso não haja acompanhamento todos os dias, há risco de perder meses de trabalho e ter que começar tudo de novo. Os animais são especificamente para isso e o uso deles passa pelo Comitê de Ética Animal da UEM.
Resultados
A professora do departamento de Ciências Básicas da Saúde, Tania Nakamura, também vive a rotina quase permanente na UEM. "Os vizinhos me perguntam onde eu vou e estou indo para a universidade mesmo nas férias. Não tem como parar", comenta sorrindo sobre trabalho de dez cursos relacionados a Medicina e Biologia.
Já no departamento de Biotecnologia Genética e Biologia Celular (DBC) da UEM, a professora Maria Aparecida Fernandez trabalha com dez alunos da graduação até a pós. E também precisa estar com frequência no bloco B36 do DBC. Eles fazem pesquisas com materiais biológicos para prevenção e cura de doenças. E usam insetos Bradysia Hygida, cultivados em laboratório que não tem na natureza, e somente a USP de Ribeirão Preto e a UEM tem no país.
Tanta dedicação tem seus resultados. Foi do departamento de Ciências Básicas da Saúde da UEM que saiu o adoçante Stevia no final da década de 1980 e hoje é um produto comercial. E no DBC há uma parceria com a universidade de Cambridge, na Inglaterra, cujo trabalho foi revisado justamente entre o Natal e Ano Novo passado.
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