O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) promove hoje (20) um ato de indicativo de interdição ética do pronto-socorro do Hospital Universitário de Maringá. A determinação estabelece um prazo de 120 dias para a unidade solucionar os problemas encontrados nas vistorias e que, de acordo com o CRM-PR, "colocam em risco a atividade médica e a saúde dos pacientes".
Na tarde de hoje, uma comitiva do CRM-PR estará nas dependências da instituição e irá oficializar o ato por meio de um relatório. De acordo com a Assessoria de Imprensa da Universidade Estadual de Maringá (UEM), o reitor, Julio Damasceno, e o superintendente do HU, Vicente Massaji Kira, irão se manifestar em coletiva de imprensa amanhã (21), às 9h30, no auditório do hospital. Consta, em nota enviada à Redação, que "a direção do hospital vai analisar o documento para então se manifestar sobre o assunto".
Segundo o Conselho Regional de Medicina, o pronto-socorro do HU passou por fiscalização no início deste mês, após ser oficiado por profissionais da instituição a respeito das condições de trabalho a que estão submetidos. Em nota, o CRM-PR explica que "entre as questões levantadas pelo Conselho estão o número insuficiente de profissionais médicos e de enfermagem, o que gera sobrecarga e impossibilita o correto preenchimento das escalas de trabalho, além da falta de estrutura física, de equipamentos e insumos, prejudicando o atendimento à população".
Consta ainda, na nota, que "apesar do prazo de quatro meses, caso o serviço não demonstre possibilidade funcional ou ética e imponha risco à saúde dos usuários, poderá ser decretada a sua efetiva interdição a qualquer tempo".
Esta é a segunda vez que o pronto-socorro do HU recebe o indicativo de interdição ética do CRM-PR. Segundo o órgão, em dezembro de 2015, "após sucessivas denúncias da equipe e a não observância das recomendações originadas de vistorias do Conselho para solução dos problemas, a instituição recebeu prazo de 180 dias para fazer adequações na estrutura do pronto-socorro, entre outros itens. O indicativo foi retirado em junho do ano seguinte, após cumpridas as determinações do Conselho".
Déficit de médicos
A falta de médicos no Hospital Universitário de Maringá ficou evidente em novembro, quando quatro ambulâncias com pacientes ficaram paradas no local por mais de uma hora. Os socorristas foram informados de que o hospital não os receberia por falta de um médico cirurgião plantonista. O atendimento só aconteceu porque o superintendente da unidade, Vicente Massaji Kira, que é urologista, assumiu o plantão.
Na ocasião, o reitor da UEM, Júlio Damasceno, enfatizou a urgência da contratação de médicos concursados, que aguardam a nomeação do Estado. Por meio de nota enviada à Redação, a Assessoria de Imprensa da secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) informou que "está trabalhando com empenho para que as novas nomeações ocorram o mais breve possível".
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