Alecrim-do-campo pode futuramente ajudar no combate à tuberculose

    uem-na-midia
    07-10-2021
    Divulgação/UEM

    Pesquisadores das universidades estaduais UEM (de Maringá) e UEPG (de Ponta Grossa) publicaram, recentemente, um artigo científico internacional no qual identificaram 49 compostos presentes no alecrim-do-campo, dos quais 23 são descritos pela primeira vez. A mistura de dois deles, isolados das flores, apresentou uma atividade significativa contra a bactéria que causa a tuberculose. É o primeiro relato de atividade antimicobacteriana para esse tipo de substância.

    De acordo com Debora Cristina Baldoqui, uma das autoras da pesquisa, coordenadora-adjunta da graduação em Química e professora do DQI (Departamento de Química) da UEM, a ação contra a bactéria da tuberculose foi verificada no alecrim-do-campo na classe de produtos naturais conhecida como lactonas sesquiterpênicas. São “compostos que possuem uma variedade de atividades biológicas”, diz a docente. Como exemplo, existe a artemisinina, usada no tratamento da malária.

    O grupo não chegou a desenvolver um composto que possa vir a ser usado no tratamento da tuberculose, mas a pesquisa é relevante por demonstrar potencial antimicobacteriano para a Mycobacterium tuberculosis e, consequentemente, abrir grande espaço para que futuros estudos complementares consigam chegar a um protótipo de medicamento para essa doença.

    O artigo The chemistry of Vernonanthura nudiflora (Less.) H. Rob. flowers and its antimicrobial activities (A química das flores de Vernonanthura nudiflora e suas atividades antimicrobianas, em tradução livre) está publicado em inglês na revista Natural Product Research. Acesse aqui.

    Região analisada - As plantas de alecrim-do-campo analisadas foram coletadas nos Campos Gerais, região que tem Ponta Grossa-PR como a maior cidade. “Além da importância de conhecer a química e o potencial biológico de espécies da família Asteraceae, o que nos motiva a estudar espécies encontradas nos Campos Gerais são as recentes propostas de redução destas áreas de preservação”, destaca Baldoqui.


    De acordo com a pesquisadora, até 1990 a região era a área mais conservada do Paraná, junto à Serra do Mar, mas dados de 2007 mostram que os remanescentes campestres dos Campos Gerais eram de menos de 10% da distribuição original. “Essa crescente diminuição das áreas de preservação pode levar à extinção de uma grande extensão da biodiversidade, e junto pode-se perder grande parte das moléculas que poderiam ser utilizadas para o desenvolvimento de novos fármacos”.

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