No campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM) vivem dezenas de cães. São animais abandonados no interior da universidade ou que aparecem por lá em busca de comida.
Professores e estudantes acabam cuidando dos bichos. E existe uma comunidade de protetores chamada Frida que vai além: consegue castrar, vacinar e doar os cães.
Na semana passada, a história de um desses animais virou caso de polícia. Integrantes da comunidade registraram queixa contra um vigilante porque ele pegou “abruptamente”, segundo a denúncia, o Neguinho, um simpático vira-lata. A polícia começou a investigar o caso.
Um investigador ligou para o vigilante. Álvaro Rúbio também recebeu a visita de dois agentes da Prefeitura que foram verificar a denúncia de maus-tratos. Nesta terça-feira (23) a CBN foi em busca de Neguinho para saber onde e como ele está. Neguinho está na casa de Álvaro. O vigilante nega que tenha maltratado o vira-lata. Pelo contrário, a intenção foi adotar o bichinho, que ganhou uma caminha com cobertores e potes de ração e água só para ele.
"Eu falei pro meu amigo que trabalha junto lá: 'eu vou cuidar desse cachorro porque tá entrando o inverno e vai vir chuva e frio. Vou levar esse cachorro pra casa, acho que vai ficar um pouquinho melhor e mais confortável lá em casa'. Recebi visitas de fiscais da prefeitura.
Falaram que tá tudo bem e foram embora", afirmou o vigilante.
A protetora Negavan Almeida, que criou a comunidade Frida na UEM, diz que a queixa na polícia foi registrada porque o vigilante teria pego o Neguinho sem comunicar ninguém. Ele também não teria se comprometido com as vacinas e os cuidados que se exige de quem adota um cão.
"Os cães vivem livremente, mas são parte de um projeto de extensão desenvolvido na universidade, e eu sou protetora deles, portanto estão sob nossa responsabilidade. Se este cidadão tem interesse em adotar o cãozinho, ele precisa assumir e assinar os termos de responsabilidade", disse Nevagan.
A chefia dos vigilantes da UEM também acompanha o caso. O chefe da vigilância, Francisco Dourado, diz que até imagens foram analisadas para confirmar que o vigilante não pegou o cachorro à força. Ele quer deixar claro que os vigilantes da UEM não maltratam os animais que vivem no campus.