Maringá de todos os santos?

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    21-10-2022
    A Editora da Universidade Estadual de Maringá (Eduem) está lançando “Maringá de todos os santos? – Orixás, voduns, inquices e guias”, de autoria do professor Eronildo José da Silva, que aborda a presença de religiões africanas na cidade. O livro tem prefácio do ativista político, cultural e ambiental Itamar Pereira de Aguiar, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, ex-secretário municipal de Vitória da Conquista e Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira, outorgado pela Assembleia Legislativa da Bahia.

    O autor, que tem graduação em História, Ciências Sociais (doutor no curso pela PUC-SP) e tecnólogo em Gestão Pública, coloca no livro um precioso levantamento sobre a cultura dos africanos no Brasil, em especial em Maringá, relacionados os espaços sagrados, conhecidos como terreiros, roças ou outras denominações, trazidos por etnias angolas, benguelas, moçambiques, macaus, congos e yorubana, entre outras. A negação da existência de escravidão, segundo ele, está no enraizada no imaginário paranaense e também se faz presente na construção da história local.

    “A ausência de referências na historiografia oficial maringaense sobre a atuação e importância dos negros na constituição da cidade é um fato. A cidade foi reconhecida oficialmente a partir de 1947 e não contou, em sua fase anterior de existência, com o uso de mão de obra escrava. Os negros chegaram posteriormente, com o processo de migração de trabalhadores de outros estados brasileiros. É comum ouvir frases como “[…] em Maringá não tem negro […]”, “[…] não existem religiões afro-brasileiras em Maringá […]”, e tais afirmações revelam marcas de equívocos históricos, visto que, de fato, são reproduzidas porque consideram que a cidade não tem negros porque a escravidão foi pouco expressiva no estado do Paraná e, em Maringá especificamente, a mão de obra escrava não foi utilizada de alguma forma. Desse modo, o entendimento da ausência dessa população se dá pela lógica perversa de se associar o negro à escravidão”, diz trecho da obra. Cinco casas locais (terreiros de Candomblé, Tambor de Mina, Omolokô e dois de Umbanda) foram selecionadas para o levantamento dos dados apresentados no livro, que tem capa com artes de Cássio Viotto, Ana Paula Donaton e Marcos Kazuyoshi Sassaka (arte final).

    Ilustração: Eduem

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