Livro da Editora UEL detalha história de Londrina nas décadas de 1950 e 1960

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    02-02-2022
    A obra é fruto da dissertação de Mestrado do professor Eder Cristiano de Souza, historiador formado pela UEL e que desenvolveu a pesquisa na UEM entre 2006 e 2008. Ele também é Doutor em Educação pela UFPR (2014) e docente da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).

    A história de Londrina começa nos anos 20 do século passado, com um grande empreendimento: a exploração comercial das terras do Norte do Paraná, a oeste do rio Tibagi, área até então coberta de mata nativa habitada por indígenas e posseiros. Os primeiros colonos chegaram em 1929 e, duas décadas depois, a cidade já era um polo regional, graças à cafeicultura. Mas a partir daí, surgiram conflitos muito pouco lembrados pelos londrinenses.

    Esta é apenas uma parte do conteúdo do livro “Excluídos do Café: planejamento urbano e conflitos sociais em Londrina nas décadas de 1950 e 1960”, publicado pela Editora da UEL (EDUEL) em formato digital. A obra é fruto da dissertação de Mestrado do professor Eder Cristiano de Souza, historiador formado pela UEL e que desenvolveu a pesquisa na UEM entre 2006 e 2008. Ele também é Doutor em Educação pela UFPR (2014) e docente da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).

    Tendo como fontes principais as leis municipais do período, obtidas com a Câmara de Vereadores de Londrina, jornais (“O Combate” e Folha de Londrina) e revistas do acervo do Núcleo de Documentação e Pesquisa História da UEL (NDPH/CLCH), o pesquisador encontrou uma série de conflitos populares e de classe associados ao processo de desenvolvimento urbano da cidade, entre 50 e 60.

    Desde o início, a Companhia de Terras Norte do Paraná produziu intensa propaganda da fertilidade e potencialidade da região, como um novo “Eldorado”, o que naturalmente atraiu brasileiros, sobretudo da região Sudeste e Nordeste, e estrangeiros. Porém, nem todos foram casos de sucesso. Muitos compraram terras e não puderam pagar, ou já vieram para serem trabalhadores nas terras de outros.

    A quantidade de migrantes gerou uma explosão demográfica que resultou em ocupações irregulares, totalmente fora do planejamento inicial da Companhia de Terras. A linha férrea, por exemplo, que ficava onde hoje é a Avenida Leste-Oeste, era um divisor. Abaixo dela, as vilas Nova e Recreio faziam parte do plano de ocupação. Todas as outras no entorno, como a Vila Yara e Vila Portuguesa, começaram como bairros irregulares.

    Segundo Eder, nos anos 50 a cafeicultura já começava a declinar na cidade. As fortes geadas de 1953 e 1955 tiveram grande impacto na região. Em Londrina, resultou, por exemplo, no deslocamento de trabalhadores rurais, que passaram a morar no meio urbano, mas continuaram a trabalhar no campo. Eram os boias-frias. Outro efeito foi a busca pela diversificação de atividades, o que motivou o crescimento da cidade.

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