Pandemia de Covid-19 causa retrocesso no combate à tuberculose no Brasil

    sesg
    23-03-2022
    Na Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a doença, Conselho Regional de Biomedicina do Paraná alerta para a subnotificação de casos

    A tuberculose, apesar de antiga, não é coisa do passado. Descoberta há 140 anos, com vacina disponível no Brasil e tratamento gratuito oferecido pelo SUS, a doença ainda é um grave problema de saúde pública e teve seu quadro agravado durante a pandemia de Covid-19.

    De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a crise do novo Coronavírus causou um retrocesso no combate à tuberculose, acentuando a subnotificação, dificultando a oferta de serviços de saúde e de recursos para o tratamento da doença e prejudicando o diagnóstico.

    O número de pacientes diagnosticados e de casos notificados no mundo caiu de 7,1 milhões em 2019 para 5,8 milhões em 2020, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A estimativa é que, atualmente, cerca de 4,1 milhões de pessoas sejam vítimas da enfermidade, mas não tenham sido corretamente diagnosticadas. O número é bem superior aos 2,9 milhões de subnotificações estimadas em 2019.

    Os dados não deixam dúvidas de que é preciso falar sobre a doença. O Brasil tem, inclusive, uma Semana Nacional de Mobilização e Luta contra a Tuberculose, que vai de 24 a 31 de março.

    Números no Brasil

    Em 2020, o país registrou 66.819 novos casos da doença, com um coeficiente de incidência de 31,6 casos por 100 mil habitantes. Os dados são do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde.

    A mestre em Microbiologia, Parasitologia e Patologia, Jannaína Ferreira de Melo Vasco, entende que o acesso à informação e aos exames é fundamental para reduzir o número de mortes por tuberculose no Brasil.

    “Todas as pessoas que seguem o tratamento corretamente, sem desistir no meio do caminho, ficam curadas da doença. Hoje, o Brasil está entre os 30 países de alta carga para a tuberculose, sendo considerado prioritário para o controle da enfermidade”, comenta a especialista, que é a primeira secretária do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná – 6ª Região (CRBM6).

    O caminho da cura

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    Lincoln Silva explica que a epidemiologia da doença também tem sido de grande interesse para os profissionais da área, pois permite a criação de medidas de baixo custo e de alta eficiência no combate à doença, uma vez que pesquisas clínicas, diagnósticos e tratamentos para a tuberculose são altamente dispendiosos para o governo.

    “Estamos trabalhando em uma dissertação de mestrado do Programa Ciências da Saúde, da Universidade Estadual de Maringá, realizado pelo estudante Henderson Junior Narciso, para verificar o impacto da Covid-19 nas notificações dos casos de tuberculose no Estado do Paraná”, conta o biomédico.

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