Professora do DCM, miss e escritora. As experiências de Larissa Renata Bianchi

Por Gabriela Pontes Neves, com fotos do arquivo pessoal

A vida da professora Larissa Renata Bianchi, do Departamento de Ciências Morfológicas, passou por uma reviravolta depois que alguns “olheiros” contratados por agências a chamaram para ser modelo. Primeiro foram alguns trabalhos de menor destaque, mas então ela foi convencida de tinha o perfil para concurso de beleza.

Foi então que surgiu o convite para participar do Miss Brasil Plus Size 2018. Para fazer parte do concurso, a modelo deve vestir, no mínimo, manequim 46 e ter mais de 25 anos. Mesmo se encaixando nos requisitos, Larissa conta que levou um susto com a proporção que a “brincadeira” foi tomando. “No início resisti um pouco à ideia. Achei muito ousado participar de um concurso, afinal já tinha quase quarenta anos”, explica. Porém, motivada pelo marido e pelos filhos, ela resolveu arriscar. Foi para o evento e brilhou no quinto lugar da disputa, que tinha concorrentes de todo País e muitas das candidatas eram mais jovens que ela.

[“O Miss Brasil foi uma experiência ímpar”]

“O Miss Brasil foi uma experiência ímpar”, lembra. O evento acabou gerando muita repercussão.  Da sala de aula para a passarela que, por sua vez, a levou para a televisão. A experiência a levou a participar até de um programa da Rede Globo, o Encontro com Fátima Bernardes, para falar da carreira de professora e pesquisadora na área de neurociência e as incursões como Miss Plus Size.

Nos projetos acadêmicos, Larissa investiga a  nterface entre neurociência e autoestima e esse conhecimento, somado ao papel de Miss Plus Size, lhe garantiu visibilidade também entre o público feminino. Ela conta que várias mulheres a procuram e que, geralmente, recebe muito incentivo nesses contatos. Há também quem confidencie que a própria trajetória de vida foi, diretamente, influenciada pela história da professora.

Depois da experiência nacional, ela viajou quilômetros para participar do Miss Mercosul Plus Size, em março de 2018. Dessa vez, a conquista foi maior: Larissa ganhou a competição.

[“Sempre fui uma gordinha bem resolvida. Gosto de ser assim, nunca passei pela fase de não me aceitar”]

A repercussão da figura de Larissa foi tão grande que ela se sentiu motivada a escrever um livro sobre o tema, intitulado Ciência do Amor Próprio. “É um livro que fala sobre ‘ser quem você é’, para pessoas que não têm muito conhecimento de cérebro e podem ter acesso a estratégias que lhe ensinarão a se amar”, conta a escritora.

Larissa cursou Ciências Biológicas na UEM, mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e o doutorado na UEM novamente. Em 2013, entrou para o time de docentes da Universidade. Embora a vida fora da sala de aula seja prazerosa, Larissa garante que a rotina como professora não é menos encantadora. “Voltar para o departamento em que eu iniciei o olhar para a vida acadêmica, agora como professora, é gratificante”.