Entrevista com Clóves Cabreira Jobim

Por Gabriela Pontes

Clóves Cabreira Jobim é o atual Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, empossado no cargo no dia 11 de outubro.

Jobim possui graduação em Zootecnia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 1983. Concluiu o mestrado em Zootecnia na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e o doutorado na mesma área pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Realizou estágio pós-doc no Institut de la Recherche Agronomique-INRA, na França.

Em entrevista ao #NossaUEM, o novo pró-reitor fala dos projetos para a gestão.

 

Quais são as metas da PPG para os próximos quatros anos?

Estamos fazendo uma avaliação geral de como está o setor e para onde queremos e precisamos ir. Um dos principais objetivos é que a Universidade consiga realmente fazer pesquisa de ponta.

["Um dos principais objetivos é que a Universidade consiga realmente fazer pesquisa de ponta."]

Há alguns rumos traçados nessa direção como o fortalecimento da pesquisa na Universidade através de parcerias com o setor privado e ampliação de convênios de cooperação internacional com universidades e empresas, fazendo prospecção de editais e buscando diferentes oportunidades. A UEM já percorreu um longo caminho nesse sentido, só precisamos aprofundar e expandir ainda mais.

 

Na prática como serão estabelecidas as parcerias com o setor privado?

Nós pretendemos intensificar o contato com centros que reúnem representantes de vários segmentos da indústria e do setor público. São centros que mediam parcerias, oferecem oportunidades. A ideia é estreitar relações com esses órgãos que reúnem diferentes segmentos do setor privado e mostrar o que a Universidade tem a oferecer para a sociedade como um todo, nas diferentes áreas do conhecimento.

["A ideia é estreitar relações com esses órgãos que reúnem diferentes segmentos do setor privado e mostrar o que a Universidade tem a oferecer para a sociedade como um todo, nas diferentes áreas do conhecimento."]

Sabemos que o setor privado está interessado na pesquisa que a UEM desenvolve. Digo isso porque fui convidado por um desses centros para participar de uma reunião e, na ocasião, me solicitaram informações a respeito das linhas de pesquisa que a Universidade desenvolve dentro da área de interesse do setor. Nosso papel é facilitar a aproximação com a comunidade externa.

 

A pós-graduação na UEM cresceu muito nos últimos anos. Essa curva de crescimento irá manter-se?

De fato houve um crescimento sensível tanto quantitativo como qualitativo. Hoje temos mais de cinquenta programas de pós-graduação e cinco programas avaliados com nota seis na Capes, considerados de excelência e com inserção internacional.

Temos uma meta bastante arrojada para a próxima avaliação da Capes, em 2021. Queremos que a UEM tenha pelo menos um programa com nota sete, que é a nota máxima. O Paraná tem programas com nota sete há pouquíssimo tempo, nas diferentes áreas do conhecimento, e a UEM ainda não conquistou nenhum. Nós queremos trabalhar bastante nesses programas nota seis e nota cinco, que são programas que já estão consolidados e mais próximos de atingir esse ápice.

 

E sobre a abertura de novos cursos de pós?

Temos dois programas de pós-graduação em avaliação nas Propostas dos Cursos Novos (APCN 2018) da Capes. Um programa da Bioquímica, na área das Ciências Biológicas 2, e outro do Direito, a respeito dos Direitos e Garantias Fundamentais nas Tutelas das Vulnerabilidades. Até dezembro, na reunião do Conselho Técnico Científico, teremos a resposta sobre a efetivação desses dois programas.

 

Os recursos para a pesquisa estão cada vez mais escassos. Como estimular a iniciação científica com a falta de recursos básicos?

De fato, os recursos estão minguados. As universidades, de maneira geral, têm como fonte importante de recursos os editais de agências de fomento como a Capes, o CNPq, a Finep e a Fundação Araucária. Mas são verbas cada vez mais escassas e as universidades que queiram lograr êxito nos editais públicos terão de apresentar cada vez mais méritos.

O sistema de ensino superior no Brasil cresceu bastante, mas a disponibilidade de recursos não cresceu na mesma proporção. Volto a dizer, as cooperações com o setor privado e acordos de cooperação internacional são uma alternativa.

["O sistema de ensino superior no Brasil cresceu bastante, mas a disponibilidade de recursos não cresceu na mesma proporção. Volto a dizer, as cooperações com o setor privado e acordos de cooperação internacional são uma alternativa."]

Para a iniciação científica ainda há condições de envolvimento de vários alunos de graduação, por meio de bolsas ou outras modalidades de financiamento. Além disso, temos o sistema voluntário, em que os alunos que buscam formação mais sólida ou que buscam avaliar se têm perfil para a pesquisa são inseridos aos grupos de pesquisa, trabalhando com os alunos da pós-graduação. Nisso a Universidade está muito bem servida, pois tem vários grupos de pesquisa cadastrados no CNPq.