43 anos depois, Argemiro Karling relembra fatos que marcaram o processo de reconhecimento da UEM

Neste ano a UEM completa 43 anos de reconhecimento pelo MEC (Ministério da Educação), um marco na história da Universidade. O professor Argemiro Aluísio Karling, um dos nomes importantes nesse processo, diz que o reconhecimento foi a base para a expansão da Universidade. Uma espécie de passaporte que abriu as portas para a formação de convênios, financiamentos e criação de cursos independente de autorização do MEC. Além, é claro, condição para que os diplomas da UEM tivessem validade nacional.

Karling entrou na UEM em fevereiro de 1974, lotado no Departamento de Teoria e Prática da Educação. Em setembro do mesmo ano ele foi designado, pelo então reitor Rodolfo Purpur, para coordenar o Grupo de Trabalho para o Reconhecimento da Universidade. Foi uma tarefa longa, que durou quase um ano, envolveu muitas pessoas e englobou várias etapas. Uma delas foi a ampliação do Estatuto e do Regimento da UEM que, segundo Karling, contou com a colaboração do professor Walter Pelegrini.

“A documentação reunida para o processo de reconhecimento no Conselho Federal de Educação pesava 3.500 quilos e encheu um furgão que saiu de Maringá rumo a Brasília”, relembra o professor.

Foram fotos e documentos comprobatórios sobre a condição financeira e patrimonial da Universidade, o histórico e grades curriculares de cada curso, a qualificação do corpo docente, a bibliografia disponível na biblioteca, a estrutura laboratorial, entre outros itens. “Tivemos que ser bastante criteriosos no levantamento de dados”, atesta o professor.

Em entrevista, Argemiro Karling fala sobre o reconhecimento da UEM

Em 10 de julho de 1975 o processo foi protocolado no Conselho Federal de Educação, órgão do MEC. Antes da aprovação, a UEM receberia uma comissão do Conselho que veio à Maringá atestar as reais condições da Universidade.

Em agosto daquele mesmo ano Karling, Newmar Adélio Godoy, à época vice-reitor da UEM, e o professor do Departamento de Direito, João José Leandro, acompanharam, em Brasília, a votação da primeira revisão técnica do volumoso processo que visava o reconhecimento da UEM. Com um parecer favorável, atestando que a documentação estava em ordem, a UEM conquistava a primeira vitória.

Mas seria só em 11 de maio de 1976, após a publicação em Diário Oficial, que a UEM seria reconhecida oficialmente como fundação de ensino superior pelo Conselho Federal de Educação.

Dia de festa

Esperada há muito tempo, a notícia do reconhecimento da UEM foi trazida por Karling alguns dias da publicação no Diário Oficial. Ele acompanhou a votação no Conselho, ocorrida no dia 6 de maio daquele ano, em Brasília.

No dia seguinte, ele desembarcou em Maringá com a boa nova, desencadeando um sentimento de euforia pelo câmpus. Espontaneamente alunos e professores foram até à Reitoria para festejar. Foi um dia inteiro de comemorações que incluu até uma carreta saindo do câmpus e circulando pelas ruas de Maringá.

Cursos reconhecidos

Na mesma data, a UEM teve reconhecidos dois cursos entre os 22 que a instituição ofertava à época. Foram eles Matemática e Ciências Biológicas. Antes disso, a UEM que funcionava a partir da incorporação de três faculdades isoladas, já tinha garantido o reconhecimento dos cursos de Direito, Ciências Econômicas, Letras Anglo e Franco, História, Geografia e Ciências do 1º Grau.

Faltava ainda obter o reconhecimento dos outros 14 cursos, processo que se deu ao longo daquele mesmo ano.

Recredenciamento

Até 1996 o processo de reconhecimento não precisava ser renovado. Com as mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação estabeleceu-se que as instituições de ensino superior teriam de passar por um recredenciamento que, no caso das universidades estaduais, seria feito pelo sistema estadual.

Em novembro do ano passado, a UEM entrou a documentação para o seu recredenciamento e agora aguarda a presença dos avaliadores.