Sônia Ortêncio, a primeira sentada da esquerda para a direita, com outras servidores da BCE

A família Ortêncio participa da vida da UEM desde que a Universidade foi criada e ainda hoje está ajudando a construir nossa história

Por Gabriela Pontes Neves, fotos dos arquivos da ASC e pessoal

Professor da UEM desde 2010, Henrique Ortêncio Junior tem uma carreira bem consolidada como pesquisador. Com 41 anos de idade, ele desenvolve, resumidamente falando, estudos voltados à ecologia de mamíferos silvestres, em especial morcegos, e à educação ambiental e conservação da fauna silvestre.

[“Frequento a UEM desde que estava no ventre da minha mãe, que foi servidora aqui. Minha história inteira está envolvida com a Universidade”]

Para além da produção acadêmica, seu envolvimento com a UEM ultrapassa os limites da docência e da pesquisa. A Universidade foi uma espécie de quintal do menino que passou boa parte da infância no câmpus. “Frequento a UEM desde que estava no ventre da minha mãe, que foi servidora aqui. Minha história inteira está envolvida com a Universidade”, diz orgulhoso.

Na verdade, mãe e filho não são os únicos dos “Ortêncios” a ter a vida entrelaçada com a UEM. Tudo iniciou com o patriarca da família, Henrique Ortêncio, que começou a trabalhar em 1967, ainda na época do Instituto de Tecnologia, que seria o embrião da Universidade. Ingressou como secretário, acompanhou a criação dos primeiros cursos e a construção do câmpus. E entre tantas histórias, ajudou a implantar a Afuem, sendo um dos membros fundadores da associação.

“Seo” Ortêncio faleceu em 2001, ainda em serviço à instituição. Segundo o filho, ele sempre foi um defensor da Instituição e trabalhou duro em prol da Universidade.

[“Todos eram muito carinhosos comigo e, até hoje, encontro algumas daquelas pessoas e a sensação que tenho é que ainda me olham como se eu ainda fosse um menino, numa espécie de volta ao passado”]

Ele era secretário na Assessoria de Planejamento quando Ortêncio Júnior era ainda criança e muitas vezes acompanhava o pai no trabalho. O “expediente” do garoto não se restringia ao escritório e vez por outra passava o tempo soltando pipa nos arredores da Assessoria. Em outras ocasiões dividia a sala com o pai e os colegas de trabalho dele. “Todos eram muito carinhosos comigo e, até hoje, encontro algumas daquelas pessoas e a sensação que tenho é que ainda me olham como se eu ainda fosse um menino, numa espécie de volta ao passado”, conta saudoso.

A mãe, Dona Sônia Ortêncio, começou a trabalhar na UEM em 1973, na época no Departamento de Química. Ela também passou pela Biblioteca Central, onde atuou até 1978. “A UEM sempre fez parte da minha vida, eu saí da Universidade mas, ela não saiu de mim. Eu e meu marido trabalhamos lá e depois nossos filhos e netos estudaram na instituição”, fala.

A verdade é que a família Ortêncio ajudou a escrever muitas páginas da história da Universidade. Wandeir Ortêncio, irmão do “Seo” Henrique, entrou na UEM em 1977, como docente do curso de Administração. Aposentou-se em 1994. A esposa, Terezinha Ortêncio, começou a trabalhar aqui em 1976, no Centro de Tecnologia. Passou pelo Departamento de Administração antes de se aposentar, em fevereiro de 2003.

[“Eu tinha cinco anos e todas as manhãs de sábado passava lá, admirando os pequenos mamíferos que eram usados em pesquisa. Na época tinha contato com os professores de Biologia e Zoologia que, mais tarde até me ajudariam nas feiras de ciências do colégio”]

Alguns anos se passaram para que aquele menino que soltava pipa no câmpus se transformasse em um pesquisar respeitado. Sem perder de vista as raízes, Henrique Ortêncio admite que todas essas experiências foram decisivas na hora de escolher a carreira. Acabou cursando Ciências Biológicas na UEM e não nega que o amor pela área possa ter origem nas visitas regulares que fazia ao Biotério, junto com o pai. “Eu tinha cinco anos e todas as manhãs de sábado passava lá, admirando os pequenos mamíferos que eram usados em pesquisa. Na época tinha contato com os professores de Biologia e Zoologia que, mais tarde até me ajudariam nas feiras de ciências do colégio”, relembra.

Depois de formado ele atuou como professor colaborador no Câmpus Regional de Goioerê. Passou no concurso e, em 2010, foi efetivado como docente da Instituição. Atualmente, ele coordena o Grupo de Estudos em Ecologia de Mamíferos e Educação Ambiental, que desenvolve estudos sobre mamíferos em geral e morcegos em particular. Regularmente se envolve em projetos de extensão, em essência, buscam despertar o interesse pela ciência, principalmente em jovens.