mandioca produtor Ailton Francisco da CostaProdução desenvolvida em parceria com a Embrapa foi encaminhada principalmente para produtores do PR, SP e MS

O Câmpus Regional Noroeste (CRN), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), localizado no município de Diamante do Norte (PR), distribuiu durante este ano cerca de 200 mil mudas de mandioca de mesa das cultivares BRS 429, BRS 399 e BRS 396, desenvolvidas por meio de pesquisa conjunta com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Ao todo, foram contemplados mais de 30 produtores rurais, em sua maioria, dos estados do Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

mandioca produtor 02Produtor Maurício Roberto Molina e família, Vinícius Molina, Luciane Cararo e Leonardo Molina, comemoram a chegada das ramas de mandioca 

Na última semana, várias famílias que receberam as ramas de mandioca retornaram satisfeitas com o produto em sua propriedade rural. A família do produtor Maurício Roberto Molina, do sítio Remanso Sereno, situado no Água Doce, no município de Mato Rico (PR), deu uma devolutiva positiva sobre as ramas que recebeu, enviando foto de toda a família no momento em que descarregava as ramas da caminhonete. Segundo o diretor do Câmpus Noroeste da UEM, Marcos Paulo Alberto Pereira, o produtor Molina recebeu cerca de 200 mudas de mandioca de mesa.

Já o produtor de Umuarama (PR), Ailton Francisco da Costa (primeira foto), também enviou uma imagem dele em meio a plantação de mandioca. Costa está muito satisfeito com o andamento da sua produção, pois está crescendo com muito vigor.

Pereira ressalta que a distribuição das ramas da mandioca é de baixo custo e que os produtores precisam apenas custear o transporte das mudas de mandioca da UEM até a propriedade rural. “Nós desenvolvemos um projeto científico, de melhoramento genético da mandioca, onde testamos as cultivares da Embrapa. Mas o trabalho é também de extensão, com caráter social”, explica.

Segundo pesquisadores, a cultivar BRS 429 é de polpa amarela, precoce, se destaca pelo desempenho culinário e sabor e a produtividade média é de quase 50% maior em relação às variedades tradicionais produzidas na região noroeste, além de ter potencial para superar 60 toneladas por hectare. Já a cultivar BRS 399 se caracteriza também por ter polpa amarela e teores bem mais altos de carotenóides, que contribuem para a síntese de vitamina A no corpo. Ela tem alta produtividade e é resistente às principais doenças.

Por meio da parceria com a Embrapa, o CRN da UEM possui um banco de variedades, adaptadas à região, para manutenção de suas genéticas e atendimento às demandas dos agricultores familiares. 

Segundo Pereira, o convênio com a Embrapa, coordenado pelo pesquisador Dr. Rudney Ringenberg, termina em 2024, mas já há tratativas para sua renovação. “Queremos continuar a área de teste, expandir para outras variedades de mandioca de mesa, ampliar o banco de cultivares e cuidar da sanidade. Nosso foco constante é entregar um material de qualidade para os produtores rurais”, revela. 

Pereira frisa que a distribuição de ramas de mandioca só será retomada em março de 2024.

Convênio: O convênio entre a Embrapa e a UEM, para melhoria e desenvolvimento genético da mandioca iniciou em 2009 numa pequena área experimental de 12 mil metros quadrados. Os estudos tiveram participação do Centro Estadual de Educação Profissional do Noroeste, da Prefeitura de Diamante do Norte, do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater) e de produtores parceiros. 

Por meio da parceria já foram selecionadas e lançadas as variedades BRS 396, BRS 399 e BRS-429. Todas elas se caracterizam por ter polpa amarela e teores bem mais altos de carotenóides, que contribuem para a síntese de vitamina A no corpo. São variedades muito produtivas, adaptadas, resistentes às principais doenças, com sabor superior e aptas ao preparo de vários pratos, como bolos, salgados, chips, escondidinhos, nhoques, entre outros.

Mandioca:  O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que este ano a colheita nacional ficará em torno de 18,4 milhões de toneladas, colhidas a partir dos 1,24 milhões de hectares plantados. Atualmente, o estado que mais produz a raiz é o Pará, seguido pelo Paraná e pela Bahia. 

Na safra 2022/2023, o Paraná plantou 126,4 mil hectares de mandioca industrial que renderam 2,9 milhões de toneladas; e mais 19,6 mil hectares de mandioca de mesa, com produção de quase 400 mil toneladas. 

De acordo com o Cepea, em 2022 o Brasil exportou 43,6 mil toneladas de fécula de mandioca, 6% a mais do que o volume comercializado com outros países em 2021.