Evento discute a situação das mulheres negras no país, e é composto por várias palestras e um minicurso, entrada gratuita
O Núcleo de Estudos Interdisciplinares Afro-brasileiros (Neiab), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), realiza o X Colóquio Feminismo Negro – Pesquisadoras Negras (Re)xistindo na Academia, uma homenagem à professora Petronilha Beatriz. O evento ocorre entre os dias 24 e 27 de julho.
O colóquio é uma atividade acadêmica voltada para discutir a situação das mulheres negras no Brasil, cujo público-alvo são os integrantes da comunidade acadêmica, movimentos sociais, a população negra e toda comunidade.
A vice-reitora Gisele Mendes participou, ontem (25), da abertura do X Colóquio Feminismo Negro, no auditório do Bloco C-34, e afirmou que a mulher negra hoje é duplamente discriminada, “primeiro por ser mulher, e segundo por ser negra, e o racismo é uma questão estrutural em nossa sociedade, e a gente vê entrar na academia também, infelizmente, perpassa essas manifestações, elas [discriminações] ainda acontecem enquanto a gente tiver leis que são muito permissivas”.
A vice-reitora ainda falou sobre o crime de injúria racial, “injúria é um xingamento, o crime consta do nosso código penal há tempo, e neste ano o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei 14 .532, de 11 de janeiro, a qual torna a injúria racial racismo. Quando o presidente coloca a injúria racial do código penal para dentro da lei, ele passa a considerar racismo, que passa a ser imprescritível e inafiançável. O racismo, um problema presente para a nossa sociedade, tem sido cada vez mais combatido legalmente, felizmente. E que a gente não tenha mais outras mortes, como a da Marielle Franco, que são mulheres pretas, mulheres que são políticas, como vereadora que ela foi, e que muitas vezes têm a voz silenciada na nossa sociedade.”
Considerado o maior evento de feminismo negro do sul do Brasil, ele é aberto ao público e busca por contribuições de pesquisadores e profissionais de diferentes áreas dentro da temática deste evento.
O encontro vai discutir a presença de mulheres negras na ciência em suas diferentes áreas do conhecimento, e saber quais são as singularidades da sua existência na academia.
Evento é gratuito e conta com certificação para os participantes interessados. As inscrições para o colóquio podem ser feitas por meio deste link, e para o minicurso clique aqui.
Programação
26 de julho: Roda de Conversa "Vivências Negras na Universidade" - Convidadas: Thais Andrade (graduanda em História), Catarina Alves (mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPE) e Laís Fialho (doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPH).
Mediadora: Joana Máximo (graduanda em História).
Início: 16h - auditório da BCE.
26 de julho - Palestra com professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), Regina Goulart.
Mediadora: professora Eliane Oliveira (Preta e Acadêmica/Neiab).
Início: 19h30 - bloco C23 - auditório 13.
27/07 Minicurso: Interseccionalidade em Lélia Gozalez, com a professora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PGC), Sandra Mara P. dos Santos.
Início: 14h - auditório da BCE
27/07 - Palestra com a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Megg Rayara Gomes de Oliveira.
Mediadora: professora Sandra Mara P. dos Santos (PGC/Neiab).
Apoio: Gabinete da Reitoria (GRE), Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCH) e o Departamento de Ciências Sociais (DCS).
Texto atualizado em: 26 de julho