Em cerimônia presencial, 645 graduados recebem os certificados; UEM formará quase 2,3 mil novos profissionais
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) realizou, ontem à noite (30), a 65ª colação de grau para 645 novos profissionais que concluíram o curso de graduação no ano letivo de 2021. Formandos e convidados participaram da cerimônia presencial, no Ginásio de Esportes Francisco Bueno Neto. O evento também teve transmissão on-line, via canal do Youtube com intérprete de Libras, para atender a comunidade. Essa foi a 1ª formatura oficial conjunta após pandemia. A solenidade desenvolvida próximo ao câmpus sede marcou o retorno do evento ao local, depois de 14 anos.
Tendo em vista as restrições deste período de pandemia, a cerimônia desenvolvida adotou critérios como o uso de máscara de proteção para ingresso no ginásio e sua permanência durante todo o evento, inclusive para os convidados. O plano de contingência e de biossegurança seguiu protocolos internos e das autoridades sanitárias.
A colação de grau foi realizada para alunos e alunas integrantes dos cursos afetos aos Centros de Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Biológicas e de Tecnologia da UEM.
Orquestra de Câmara da UEM foi um dos destaques da cerimônia
A abertura da cerimônia foi proclamada pelo Cerimonial da UEM, seguida de execução do Hino Nacional e da Orquestra de Câmara da UEM, além de homenagem póstuma aos servidores técnicos, professores e acadêmicos, vítimas da Covid-19. Em seguida foi realizado o tradicional juramento e resposta, com o juramentista Raul Rodrigues Kühl, do curso de Direito. O orador foi Luccas Prado Raizer, também do curso de Direito da UEM.
Na sequência, o vice-reitor Ricardo Dias, em seu discurso, lembrou das dificuldades econômicas excludente, do desemprego e do projeto de "Estado Mínimo" que desidrata os serviços de Educação e Saúde. Ele também citou o enfrentamento à pandemia que “foi vencida com menos política e muito mais com Ciência, parcerias e tecnologias e com mais informações”. Dias ainda mencionou as dificuldades financeiras enfrentadas pelas universidades, como cortes de verbas, cortes em recursos humanos, sem concursos públicos para contratação de funcionários e a implantação da Lei Geral das Universidades (LGU), além da preocupação com a evasão no nível superior de ensino, que aumentou nos últimos anos.
Na 65ª colação de grau da UEM foram diplomados 645 novos profissionais
De acordo com o vice-reitor, “a construção do conhecimento é transformadora, mas alertou aos formados para terem coragem de promover mudanças, que trabalhem com ética e competência”. E acrescentou que a UEM está presente na vida dos graduados, da sociedade e de futuras gerações. “Tenham esperança, mas no ‘verbo esperançar’, parafraseando o educador e patrono da Educação Brasileira, Paulo Freire ‘não é esperar e, sim levantar, ir atrás e construir’”.
Ele também falou que a UEM deve ser inclusiva, com cotas sociais, inclusão, adesão ao SISU, processo seletivo para inclusão das pessoas com deficiência, mas ainda não basta, ainda será necessário avançar nas políticas de acesso e permanência.
Aos egressos o vice-reitor Ricardo Dias ainda reforçou o que o orador havia relatado anteriormente: "Voem, sejam felizes e façam os outros serem felizes". E, concluiu que “para tanto, usem o conhecimento, a ciência e o amor, e não a ignorância, as armas e o ódio”.
Fábio Sukág Santiago, indígena da Comunidade de Apucaraninha, foi mencionado no discurso do vice-reitor
Ao indígena Fábio Sukág Santiago, da Comunidade de Apucaraninha (Tamarana, norte do PR), graduado em Arquitetura, o vice-reitor fez agradecimentos em público ao egresso da UEM “Você está aqui, não como privilégio, mas você está aqui para honrar a nossa existência, na 1ª Universidade ambientalmente responsável do Paraná, na 1ª Universidade estadual do Paraná e 2ª entre todas as públicas e privadas, e em 22ª lugar da América Latina”, encerrou.
O reitor da Universidade Estadual de Maringá, Júlio Damasceno, agradeceu a presença dos servidores da instituição, diretores de centro, pró-reitores, autoridades e à comunidade, além de parabenizar a conquista dos estudantes com a graduação numa cerimônia presencial bem planejada, para a celebração dos formados na instituição pública. “Esse momento é importante. Vocês jamais esquecerão. Essa solenidade significa o retorno que nossos profissionais oferecem para o Paraná e para a sociedade, para fazer a diferença, sendo protagonistas da nossa comunidade”.
Damasceno relembrou a história dos 52 anos de criação da UEM, que busca a excelência no ensino público e que se destaca em rankings nacionais e internacionais. Para o reitor, as boas notícias de indicadores de referência mundiais consolidam o trabalho da UEM nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. “O papel da universidade tem sido o motor de desenvolvimento, motivos que temos indicadores para exibir ao País e para o mundo”, comemorou.
José James da Silveira, professor aposentado do Departamento de Economia e um dos fundadores da UEM, foi aplaudido pelos presentes
Durante o seu discurso, homenageou um dos "visionários", que ajudou a fundar um dos primeiros cursos de graduação da instituição, o professor de Economia da UEM, José James da Silveira, de 86 anos de idade, que foi aplaudido pelo seu desempenho. “É um reconhecimento histórico”, afirmou o reitor.
Ainda destacou o brilhante trabalho feito na UEM: “ Isso nos honra cada vez mais, nessa ‘aproximação’ de ações conjuntas e de projetos e, em nossa cidade, nosso território e em nosso estado”.
Lucas Prado Raizer, egresso do curso de Direito, foi o orador da turma
Diante de dúvidas do futuro profissional que, geralmente, paira nas reflexões de cada formado, Damasceno disse que “é preciso estar preparado para enfrentar desafios, para ‘pavimentar o futuro do planeta’, para que tenhamos um futuro de um planeta mais sustentável, com mais oportunidades e igualitário”. E, acrescentou que, “as oportunidades às minorias não devem chamar a atenção, mas que isso seja algo natural”. O reitor ainda lamentou que “é notório e flagrante, porque sabemos que, neste País, muitas pessoas não tiveram e não têm o direito de sonhar em estudar e, muitas vezes, abdicam de fazer um curso numa universidade”.
Raul Rodrigues Kuhl, do curso de Direito: juramentista da turma
Sobre o papel dos formados, o reitor da UEM, disse que o potencial é infinito e ilimitado. “Os nossos graduados são jovens preparados, motivados e prontos para exercer o seu papel. “Mesmo com a pandemia e adversidades, construíram uma rede de relacionamentos e souberam enfrentar os desafios”.
Neste ato consolidado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, Damasceno pediu para os futuros profissionais terem mais oportunidades a fim de fazer o melhor para a sociedade. “O futuro é de vocês, tenham compromisso com o projeto de vida e, se o caminho não for esse, recomece quantas vezes forem necessárias, e contem para outros, a importância de estudar na UEM, para convencer mais jovens a seguirem o mesmo percurso do conhecimento. O DNA desta universidade está cravado em vocês”, concluiu.
Juarez Antônio dos Santos, paraninfo da noite, ao lado do reitor e do vice-reitor
O paraninfo geral, Juarez Antônio dos Santos, servidor da UEM, no Departamento de Engenharia Civil, agradeceu a participação como servidor técnico e falou que “não esperava ser escolhido pelos alunos e que a homenagem foi uma a honra, um privilégio em 21 anos de carreira na instituição”. Comentou ainda sobre sonhos e planos adiados por causa da pandemia e que foi preciso se reinventar. Para os alunos deixou uma mensagem de esperança “sejam profissionais sim, vão e dêem muitos frutos”.
Nove graduados da UEM foram laureados durante a cerimônia, Luiza Berto de Lima e Rafaela Aparecida Zanetti Brentegani (Administração); Diana Mayra Kohler (Ciências Biológicas); Ana Clara Carvalho de Araujo (Ciências Contábeis); Giovana Lopes Silveira e João Afonso Maingué (Ciências Econômicas); André Ponce Pereira, Débora Taiany Rosa e Gabriele Yuki Narimatsu Fukuda (Direito).
Nove egressos receberam a láurea acadêmica
Serviço: Formaturas da UEM.
Hoje (1°), às 19h, no mesmo local, a UEM realizará mais uma formatura para 684 graduados dos cursos afetos aos Centros de Ciências Agrárias, de Exatas, Humanas, Letras e Artes e de Ciências da Saúde.
As orientações sanitárias fazem parte de um conjunto de medidas que vale inclusive para as colações de grau dos demais câmpus, respeitando as especificidades sinalizadas pela prefeitura de cada município. Os protocolos estabelecidos pelo Cerimonial foram aprovados pelo Comitê para Enfrentamento e Monitoramento da Covid-19 na UEM, seguindo as restrições dos poderes públicos municipal e estadual.
Neste ano, a UEM entrega no total 2.286 certificados de colação de grau aos novos graduados dos cursos presenciais e do Ensino a Distância (EAD) desenvolvidos pela instituição no câmpus.
